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quinta-feira, 13 de junho de 2013

Fundamentos do Budismo

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A base dos ensinamentos do Budismo é o sofrimento e a sua consequente extinção.
Siddharta Gautama teve a compreensão de que o sofrimento é decorrente do desejo em todas as suas formas.
Quando se deseja algo e não se obtêm a frustração gera o sofrimento, assim como quando se obtém o que se deseja há o desejo de manter o objeto do desejo.
Para Siddharta, o desejo deve ser purificado de forma a eliminar o sofrimento.
Siddharta codificou o mecanismo do sofrimento nas Quatro Verdades Nobres, e como purificar o desejo no Nobre Caminho Óctuplo.
Justamente por ter um aspecto prático, existem muitos debates se o Budismo deve ser considerado uma religião ou não.
O Budismo originalmente preocupa-se apenas com a extinção do sofrimento humano, e não busca nenhuma interpretação religiosa ou metafísica do universo, apesar das diversas escolas budistas terem assimilados rituais, cultos e divindades de outras religiões para expressar suas interpretações do budismo através dos tempos.
Por isto é comum que muitos praticantes de outras religiões também pratiquem doutrinas do budismo.
 O judaísmo por exemplo não considera o Budismo em si como uma forma de idolatria.
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As Quatro Verdades Nobres
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As Quatro Verdades Nobres são quatro afirmações que descrevem a natureza do sofrimento:
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A Natureza do Sofrimento (Dukkha)
"(..) esta é a nobre verdade do sofrimento: nascimento é sofrimento, envelhecimento é sofrimento, enfermidade é sofrimento, morte é sofrimento; tristeza, lamentação, dor, angústia e desespero são sofrimento; a união com aquilo que é desprazeroso é sofrimento; a separação daquilo que é prazeroso é sofrimento; não obter o que queremos é sofrimento; em resumo, os cinco agregados influenciados pelo apego são sofrimento.(..)"
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A Origem do Sofrimento (Samudaya)
"(..) esta é a nobre verdade da origem do sofrimento: é este desejo que conduz a uma renovada existência, acompanhado pela cobiça e pelo prazer, buscando o prazer aqui e ali; isto é, o desejo pelos prazeres sensuais, o desejo por ser/existir, o desejo por não ser/existir.(...)"
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A Cessação do Sofrimento (Nirodha)
"(..) esta é a nobre verdade da cessação do sofrimento: é o desaparecimento e cessação sem deixar vestígios daquele mesmo desejo, o abandono e renúncia a ele, a libertação dele, a independência dele.(...)"
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O Caminho(Mārga)para a cessação do Sofrimento
"(..) esta é a nobre verdade do caminho que conduz à cessação do sofrimento: é este Nobre Caminho Óctuplo: entendimento correto, pensamento correto, linguagem correta, ação correta, modo de vida correto, esforço correto, atenção plena correta, concentração correta.(...)"
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O Nobre Caminho Óctuplo
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Sabedoria (Prajñā • Paññā)
Visão ou Entendimento correcto (samyag-dṛṣṭi • sammā-diṭṭhi): "(...)E o que é o entendimento correto? Compreensão do sofrimento, compreensão da origem do sofrimento, compreensão da cessação do sofrimento, compreensão do caminho da prática que conduz à cessação do sofrimento.
A isto se chama entendimento correto.(...)"
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Intenção ou Pensamento correcto (samyak-saṃkalpa • sammā-saṅkappa): "(...)E o que é pensamento correto? O pensamento de renúncia, o pensamento de não má vontade, o pensamento de não crueldade.
 A isto se chama pensamento correto.(...)"
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Conduta Ética (Śīla • Sīla)
Palavra ou Linguagem correcta (samyag-vāc • sammā-vācā): "(...)E o que é a linguagem correta? Abster-se da linguagem mentirosa, da linguagem maliciosa, da linguagem grosseira e da linguagem frívola.
A isto se chama linguagem correta.(...)"
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Atividade ou Ação correcta (samyak-karmānta • sammā-kammanta): "(...)E o que é ação correta? Abster-se de destruir a vida, abster-se de tomar aquilo que não for dado, abster-se da conduta sexual imprópria.
A isto se chama de ação correta.(...)"
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Modo de vida correto (samyag-ājīva • sammā-ājīva): "(..)E o que é modo de vida correto? Aqui um nobre discípulo, tendo abandonado o modo de vida incorreto, obtém o seu sustento através do modo de vida correto.
A isto se chama modo de vida correto.(...)"
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Meditação(Samādhi)
Esforço correto (samyag-vyāyāma • sammā-vāyāma) : "(...)
E o que é esforço correto?
 Aqui, bhikkhus, um bhikkhu gera desejo para que não surjam estados ruins e prejudiciais que ainda não surgiram e ele se aplica, estimula a sua energia, empenha a sua mente e se esforça.
 Ele gera desejo em abandonar estados ruins e prejudiciais que já surgiram e ele se aplica, estimula a sua energia, empenha a sua mente e se esforça.
Ele gera desejo para que surjam estados benéficos que ainda não surgiram e ele se aplica, estimula a sua energia, empenha a sua mente e se esforça.
 Ele gera desejo para a continuidade, o não desaparecimento, o fortalecimento, o incremento e a realização através do desenvolvimento de estados benéficos que já surgiram e ele se aplica, estimula a sua energia, empenha a sua mente e se esforça.
A isto se denomina esforço correto.(...)"
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Atenção correcta (samyak-smṛti • sammā-sati):
 "(...)E o que é atenção plena correta?
  Aqui, bhikkhus, um bhikkhu permanece focado no corpo como um corpo - ardente, plenamente consciente e com atenção plena, tendo colocado de lado a cobiça e o desprazer pelo mundo.
 Ele permanece focado nas sensações como sensações – ardente, plenamente consciente e com atenção plena, tendo colocado de lado a cobiça e o desprazer pelo mundo.
 Ele permanece focado na mente como mente - ardente, plenamente consciente e com atenção plena, tendo colocado de lado a cobiça e o desprazer pelo mundo.
 Ele permanece focado nos objetos mentais como objetos mentais - ardente, plenamente consciente e com atenção plena, tendo colocado de lado a cobiça e o desprazer pelo mundo.
A isto se denomina atenção plena correta.(...)"
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Concentração correcta (samyak-samādhi • sammā-samādhi): "(...)
E o que é concentração correta?
 Aqui, bhikkhus, um bhikkhu afastado dos prazeres sensuais, afastado das qualidades não hábeis, entra e permanece no primeiro jhana, que é caracterizado pelo pensamento aplicado e sustentado, com o êxtase e felicidade nascidos do afastamento.
 Abandonando o pensamento aplicado e sustentado, um bhikkhu entra e permanece no segundo jhana, que é caracterizado pela segurança interna e perfeita unicidade da mente, sem o pensamento aplicado e sustentado, com o êxtase e felicidade nascidos da concentração.
 Abandonando o êxtase, um bhikkhu entra e permanece no terceiro jhana que é caracterizado pela felicidade sem o êxtase, acompanhada pela atenção plena, plena consciência e equanimidade, acerca do qual os nobres declaram: ‘Ele permanece numa estada feliz, equânime e plenamente atento.’
 Com o completo desaparecimento da felicidade, um bhikkhu entra e permanece no quarto jhana, que possui nem felicidade nem sofrimento, com a atenção plena e a equanimidade purificadas.
A isto se denomina concentração correta.."
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Nirvana
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Nirvana (do sânscrito निर्वाण, Nirvāṇa no pali: निब्बान, Nibbāna) significa literalmente extinção, é o nome dado ao estado de libertação budista do sofrimento.
Para cada escola budista, existem interpretações diferenciadas do que seja o Nirvana e de como este é atingido.
Buda descreve o Nirvana como um estado de perfeita paz da mente, livre de qualquer estado aflitivo (kilesa).
O Cânon Pali também descreve outras perspectivas sobre o Nirvana: uma delas descreve que o Nirvana é o estado que permite ver a natureza vazia dos fenômenos.
Também é apresentado como uma radical reorganização da consciência e seu despertar .
O estudioso Herbert Guenther afirma que com o Nirvana "a personalidade ideal, o verdadeiro ser humano" torna-se realidade.
No Dhammapada, Buda diz que o Nirvana "é a maior felicidade".
Esta é uma felicidade duradoura, uma felicidade transcendente alcançada através da iluminação, não baseada na felicidade impermanente das coisas.
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Escrituras e referências budistas
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Buda não deixou nada escrito, tendo realizado seu ministério de forma oral.
De acordo com a tradição budista, ainda no próprio ano em que o Buda faleceu teria sido realizado um concílio na cidade de Rajaghra onde discípulos do Buda recitaram os ensinamentos perante uma assembleia de monges que os transmitiram de forma oral aos seus discípulos.
Porém, a historicidade deste concílio é alvo de debate: para alguns este relato não passa de uma forma de legitimação posterior da autenticidade das escrituras.
Por volta do século I a.C. os ensinamentos do Buda começaram a ser escritos.
Um dos primeiros lugares onde se escreveram esses ensinamentos foi no Sri Lanka, onde se constitui o denominado Cânone Pali.
O Cânone Pali é considerado pela tradição Theravada como contendo os textos que se aproximam mais dos ensinamentos do Buda.
Não existem contudo no budismo um livro sagrado como o Tanakh, a Bíblia ou o Alcorão que seja igual para todos os crentes; para além do Cânone Pali, existem outros cânones budistas, como o chinês e o tibetano.
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Ficheiro:Tipitaka1.jpg
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Edição do Cânone Pali
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O canône budista divide-se em três grupos de textos, denominado "Triplo Cesto de Flores" (tipitaka em pali e tripitaka em sânscrito):
Sutra Pitaka: agrupa os discursos do Buda tais como teriam sido recitados por Ananda no primeiro concílio. Divide-se por sua vez em vários subgrupos;
Vinaya Pitaka: reúne o conjunto de regras que os monges budistas devem seguir e cuja transgressão é alvo de uma penitência.
Contém textos que mostram como surgiu determinada regra monástica e fórmulas rituais usadas, por exemplo, na ordenação. Estas regras teriam sido relatadas no primeiro concílio por Upali;
Abhidharma Pitaka: trata do aspecto filosófico e psicológico contido nos ensinamentos do Buda, incluindo listas de termos técnicos.
Quando se verificou a ascensão do budismo Mahayana esta tradição alegou que o Buda ensinou outras doutrinas que permaneceram ocultas até que o mundo estivesse pronto para recebê-las; desta forma a tradição Mahayana inclui outros textos que não se encontram no Theravada.
Para a maioria das escolas budistas, a historicidade dos textos é independente da obtenção do Nirvana.
 A maioria das escolas consideram que as histórias, mesmo as fábulas, tem como objetivo principal não o de relatar fatos históricos tal como ocorreram, e sim que devem servir como um meio de se obter consciência dos fundamentos do budismo.
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História do budismo

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A história do Budismo desenvolve-se desde século VI a.C até o presente, começando com o nascimento de Siddhartha Gautama, o Buda histórico. 
Durante todo este período, a religião evoluiu à medida que encontrou diferentes países e culturas, acrescentando ao fundo indiano inicial elementos culturais oriundos do Helenismo, bem como da Ásia Central, do Sudeste asiático e Extremo Oriente. 
No processo, o Budismo alcançou uma expansão territorial considerável ao ponto de influenciar de uma forma ou de outra quase todo o continente asiático. 
A história do Budismo caracteriza-se também pelo desenvolvimento de vários movimentos e cismas, entre os quais se encontram as tradições Theravada, Mahayana e Vajrayana entre diversas outras.
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Ficheiro:Standing Bodhisattva Gandhara Musee Guimet.jpg
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Príncipe Siddhartha. Gandhara, século 2-3. Musée Guimet, Paris.
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A origem do Budismo: Siddhartha Gautama
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Sidarta Gautama ou Siddhartha Gautama (em sânscrito सिद्धार्थ गौतम, transl. Siddhārtha Gautama, em páli Siddhāttha Gotama) foi um príncipe que viveu por volta de 563 a.C. até 483 a.C., no reino de Śākya — que hoje em dia seria parte da fronteira do Nepal com a Índia.
Gautama era seu nome de família, que significa "a melhor vaca", e Siddhartha é uma junção do sânscrito Siddhi ("realização", "completude", "sucesso", "liquidação de um débito") e Artha ("alvo", "propósito", "meta").
Pode ser traduzido como "Aquele cujos objetivos são alcançados" ou ainda "Aquele que cumpriu a meta a que se propôs (na sua vida)".
Tendo levado uma vida pautada pelo luxo sob a protecção do seu pai, o rei de Kapilavastu (território mais tarde integrado no Império Magadha), Siddharta casou-se ainda jovem com Yassodhara, com quem teve um filho que foi chamado Rāhula ("obstáculo", em sânscrito).
No entanto Siddharta tomando conhecimento das realidades do mundo, concluiu que a vida é sofrimento e aos 29 anos, decidiu deixar a vida palaciana para viver como um asceta na floresta.
Praticou meditação e severas austeridades por 6 anos até que, aos 35 anos de idade, teve uma experiência religiosa à qual deu o nome de iluminação.
A partir daí passou a ser conhecido como o Buda (Buddha, título honorífico em sânscrito que significa "Aquele que sabe", ou "Aquele que despertou"), mais especificamente como Buddha Śākyamuni ("o sábio dos Śākya").
Viveu até os 80 anos de idade, transmitindo seus ensinamentos e conquistando uma grande legião de discípulos, monges ou leigos (sem ordenação monástica).
Gautama foi contemporâneo de Mahavira com o qual, segundo fontes religiosas e históricas, travou alguns diálogos como opositores.
A sua relutância em nomear um sucessor ou em formalizar a sua doutrina levaria à formação de vários movimentos nos quatrocentros anos seguintes.
Em primeiro lugar surgiriam as escolas do Budismo Nikaya, das quais só sobreviveu o Theravada, e mais tarde o Mahayana.
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Ficheiro:EmaciatedBuddha.JPG
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Siddharta como asceta. Gandhara, século 2-3. Museu Britânico.
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O Budismo primitivo

Antes do patrocínio real de Asoka, o budismo parece ter sido um fenómeno marginal, pouco se conhecendo dos seus primeiros tempos. Dois importantes concílios tiveram lugar, embora o que saiba deles baseie-se em fontes posteriores.
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O Primeiro Concílio Budista (século V a.C.)
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O primeiro concílio budista ocorreu em Rajagriha pouco tempo depois da morte de Buda, sob o patrocínio de Ajatasatru, imperador de Magadha, tendo sido presidido por um monge chamado Mahakasyapa.
O concílio tinha como objectivo registar os ensinamentos orais do Buda (sutra) e codificar as regras monásticas (vinaya).
A Ananda, primo de Buda e seu discípulo, foi pedido que recitasse os discursos do Buda e outro discípulo, Upali, recitou as regras da vida monástica.
 Estes dois elementos constituem a base do cânone pali, referência de ortodoxia em toda a história do budismo.
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O Segundo Concílio Budista (383 a.C.)
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O Segundo Concílio Budista foi convocado pelo rei Kalasoka, tendo decorrido em Vaisali, na sequência de conflitos entre escolas tradicionais do Budismo e um movimento de interpretação mais liberal conhecido como os Mahasamghikas.
Para as escolas tradicionais, o Buda tinha sido um ser humano que alcançara o estado de iluminação e este poderia ser facilmente alcançado pelos monges seguindo as regras monásticas.
Para os Mahasamghikas esta perspectiva era demasiado individualista e egoísta, propondo como verdadeiro objectivo o atingir do estado de budeidade.
Tornaram-se proponentes de regras monásticas menos rígidas, que pudessem apelar a um maior grupo de pessoas.
Os Mahasamghikas seriam rejeitados durante o concílio, tendo estes se fixado durante vários séculos no noroeste da Índia e na Ásia Central, como mostram as inscrições Kharoṣṭhī datadas do século I d.C. encontradas perto do rio Oxus.
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Ficheiro:Sattapanni.jpg
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As cavernas Sattapanni de Rajgir serviram como local do Primeiro Concílio Budista.
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O proselitismo de Ashoka
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O rei máuria Ashoka converteu-se ao Budismo após a conquista brutal que empreendeu do território de Kalinga (hoje Orissa), no este da Índia. Arrependido dos horrores provocados pelo conflito, o rei decidiu renunciar à violência e propagar a religião budista construindo estupas e pilares nos quais se apela à renúncia de toda violência contra as pessoas e os animais.
Este período corresponde à primeira expansão do Budismo para fora da Índia. De acordo com os pilares e as placas deixados por Ashoka ("Éditos de Ashoka"), foram enviados missionários a vários territórios situado a oeste, como o reino greco-bactriano.
É também possível que estas missões tenham alcançado o Mediterrâneo, segundo inscrições em pedras deixadas por Ashoka.
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O Terceiro Concílio Budista (c. 250 a.C.)
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O Terceiro Concílio Budista foi convocado por Ashoka em Pataliputra (Patna) por volta de 250 a.C., tendo sido presidido pelo monge Moggaliputta.
O objetivo do concílio era tentar reconciliar as diferentes escolas budistas, purificar o movimento budista de facções oportunistas atraídas pelo patrocínio real e estabelecer as viagens de missionários budistas para todo o mundo.
O cânone pali (Tipitaka; em sânscrito Tripitaka, "os três cestos"), que compreende textos de referência do Budismo tradicional e que se considera ter sido transmitido pelo Buda, foi formalizado nesta ocasião.
 É composto pela doutrina (Sutra Pitaka), pela disciplina monástica (Vinaya Pitaka) e por um novo corpo de textos de carácter filosófico (Abhidharma Pitaka).
As tentativas de Ashoka de purificar o Budismo acabaram por produzir uma rejeição de movimentos budistas emergentes. Após 250 a.C., a escola Sarvastivada (rejeitada pelo Terceiro Concílio, segundo a tradição Theravada) e a escola Dharmaguptaka tornaram-se influentes no noroeste da Índia e na Ásia Central até a época do império dos Kushana nos primeiros séculos da era comum.
A escola Dharmaguptaka caracterizava-se por acreditar que o Buda era um ser que estava separado e acima da comunidade budista, enquanto que a escola Sarvastivadin acreditava que o passado, o presente e o futuro coexistiam ao mesmo tempo.
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domingo, 24 de junho de 2012

Budismo

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O que é Budismo?
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Budismo é um conjunto de escolas e ensinos que se focam na figura de Buda.
Buda (sânscrito-devanagari: बुद्ध, transliterado Buddha, que significa: Desperto, Iluminado, do radical Budh-, "despertar") é um título dado na filosofia budista aquele que despertou plenamente para a verdadeira natureza dos fenômenos, reconhecendo a origem do sofrimento e como superá-lo atingindo o Nirvana. Geralmente este título é relacionado à Siddhartha Gautama, o fundador do Budismo, mas diversas escolas do Budismo reconhecem outros Budas em diversas eras.
Apesar da veneração prestada por algumas escolas budistas, um Buda não é considerado como uma divindade, sendo que a condição de Buda pode ser atingida por qualquer ser humano que se proponha à isto (a forma de se obter este estado que varia de escola para escola).
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O Budismo é uma filosofia de vida baseada integralmente nos profundos ensinamentos do Buda para todos os seres, que revela a verdadeira face da vida e do universo.
Quando pregava, o Buda não pretendia converter as pessoas, mas iluminá-las.
O Budismo é uma religião prática, devotada a condicionar a mente inserida em seu cotidiano, de maneira a leva-la à paz, serenidade, alegria, sabedoria e liberdade perfeitas. Por ser uma maneira de viver que extrai os mais altos benefícios da vida, é freqüentemente chamado de "Budismo Humanista".
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quinta-feira, 28 de abril de 2011

Ioga (Hinduísmo e Budismo)

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Estátua de Xiva em meditação yogue.
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Ioga (em sânscrito e páli: योग, IAST: yóga, AFI: [joːgə]) é um conceito que se refere às tradicionais disciplinas físicas e mentais originárias da Índia.
 A palavra está associada com as práticas meditativas tanto do budismo quanto do hinduísmo.
No hinduísmo, o conceito se refere à uma das seis escolas (āstika) ortodoxas da filosofia hindu, e à sua meta rumo ao que esta escola determina como suas práticas.
Os principais ramos do ioga incluem a raja-ioga, carma-ioga, jnana-ioga, bacti-ioga e hata-ioga.
 O Raja Yoga, compilado nos Ioga Sutras de Patanjali, e conhecido simplesmente como ioga no contexto da filosofia hinduísta, faz parte da tradição Samkhya.
 Diversos outros textos hindus discutem aspectos da ioga, incluindo os Vedas, os Upanixades, o Bagavadguitá, o Hatha Yoga Pradipika, o Shiva Samhita e diversos Tantras.
A palavra sânscrita yoga tem diversos significados, e deriva da raiz yuj, que significa "controlar", "jungir", ou "unir".
 Algumas das traduções também incluem os significados de "juntando", "unindo", "união", "conjunção" e "meios".
 Fora da Índia, o termo ioga costuma ser associado tipicamente com o Hatha Yoga e suas asanas (posturas), ou como uma forma de exercício.
Um(a) praticante avançado(a) da ioga é chamado de iogue.
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Iogue em postura de lótus praticando pranayama.
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O vocábulo ioga
O termo ioga
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No devanágari, alfabeto utilizado no sânscrito, o termo é originalmente escrito desta forma: योग.
 Provém da raiz sânscrita yuj, que significa "jungir", "cangar", "arrear", "atrelar", "prender", "juntar". 
Quando se atrela o boi à canga ou jugo, ou ainda quando se junta a parelha de animais, isto significa que se está colocando esses animais em condições para o trabalho.
 Por isso, a raiz "yuj" também significa "adequar", "preparar" ou "utilizar".
A idéia de que a raiz "yuj" poderia significar "unir" no sentido de "integrar" (física ou misticamente) surge possivelmente a partir de uma afirmação vedantina que define o Ioga como a "união" entre o Jivatma e o Paramatma, que na verdade passam a ser um só.
 Mas "yuktam" (que é o particípio passado desse verbo) não significa "unido", mas "atrelado", "preparado" ou "adequado".
Ioga interpretado como "união" nos meios vedantinos, carece de sentido principalmente no Advaita Vedanta, onde tudo é Brâman, o Absoluto que abarca tudo o que existe, então não há a necessidade de "união", pois qualquer desunião, separação é mera ilusão (Maya), por isso há a descoberta da união sempre existente, a descoberta de Brahman em todas as coisas, inclusive no próprio individuo.
No Ioga Sutra essa interpretação de ioga como "união" também carece de sentido, pois somos e sempre fomos em essência o Purusha, a consciência incondicionada e eterna, que não precisa ser unida a nada, muito pelo contrário precisa ser desidentificada dos processos fenomenológicos da natureza (Prakrti).
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Ficheiro:Parshvakonasana.jpg
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Prática de asana: Parshvakonasana / rája trikônásana. 
Nomenclaturas diferentes dependendo da linha do praticante.
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Definições formais nas escrituras
Os textos hindus que discutem aspectos da ioga incluem principalmente os Upanixades, o Bagavadguitá,o Hatha Yoga Pradipika e o texto mais importante de todos, o Ioga Sutra.
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No Bagavadguitá:
"É dito que Ioga é equanimidade da mente". (II, 48)
 "Ioga é a excelência nas ações". (II, 50)
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No Ioga Sutra:
"Ioga é o recolhimento das atividades da mente" (I, 2)
Comentários de Vyasa aos Sutras de Patanjali:
"Ioga é Samadhi". (I, 1)
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Nos Upanixades:
"Não conhece doença, velhice nem sofrimento aquele que forja seu corpo no fogo do Ioga. 
Atividade, saúde, libertação dos condicionamentos, circunspecção, eloquência, cheiro agradável e pouca secreção, são os sinais pelos quais o Ioga manifesta seu poder."
 Upanixade Shvetashvatara (II:12-13).
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"A unidade da respiração, da consciência e dos sentidos, seguida pela aniquilação de todas as condições da existência: isso é o Ioga."
 Upanixade Maitri, VI:25
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"Quando os cinco sentidos e a mente estão parados, e a própria razão descansa em silêncio, então começa o caminho supremo.
 Essa firmeza calma dos sentidos chama-se Ioga. 
Mas deve-se estar atento, pois o Ioga vem e vai."
 Upanixade Katha, VI
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Grafia
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Particularmente no Brasil, mas também em Portugal e outros países, há uma certa polêmica em relação à ortografia do termo, devido às inúmeras convenções utilizadas para a transliteração de idiomas escritos em caracteres diferentes dos latinos, como no caso do grego, do hebraico, além do próprio devanágari. 
As grafias atualmente propostas aparecem em quase todas as variações possíveis: yôga, yoga, yóga e por fim ioga, única forma em língua portuguesa que é considerada ortograficamente correta.
No ocidente, alguns autores diferenciam conceitualmente a palavra dependendo de sua grafia. 
Ironicamente, apesar da palavra significar união, as diferenças também partem das diversas formas de se pronunciar a palavra ou redigir o termo transliterado.
 Por extensão, é adotada também a forma iogue, para designar o praticante de Ioga.
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Pronúncia
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Na pronúncia do termo sânscrito, ouve-se a primeira e segunda letras (considerando a palavra transliterada para o alfabeto latino) soando rapidamente, o Ô fechado e uma leve prolongação desta letra. 
O 'ga' é soado rapidamente com o 'g' quase mudo.
 Podemos ouvir a pronúncia ideal da palavra no subcontinente indiano, principalmente na Índia, já que muitos termos derivados do sânscrito estão sendo preservados pelo hindi, idioma indo-ariano comumente utilizado neste país.
Noutros países em que a filosofia vem sendo praticada com grande entusiasmo observa-se variações interessantes. 
Na Argentina, a variação é encontrada na pronúncia CHôga, garantindo o som chiado do "y" falado nesta região. 
No Brasil, a divergência fonética é sobre a letra 'O', possivelmente iniciada pelos hábitos de pronuncia dos 'os' abertos ou fechados da população de cada região do país.
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Linhas
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Há dezenas de linhas diferentes de ioga no mundo, que propõem não necessariamente caminhos contraditórios, mas sim diversos caminhos para alcançar os mesmos objetivos, descritos no primeiro parágrafo deste artigo.
Vários são os métodos e escolas para se atingir esta meta, porém ela sempre é o referencial. 
As escolas mais antigas utilizam-se de métodos estritamente técnicos. 
As escolas mais modernas tem uma conotação tendendo mais ao espiritualismo, fruto da difusão do Vedanta na época medieval. 
Desenvolveu-se ao longo da história no oriente, particularmente na Índia, e que nos dias de hoje está amplamente difundido no mundo todo, inclusive no ocidente.
Algumas linhas de ioga são: Ashtanga Vinyasa Yoga, Bhakti Yoga, Hatha Yoga, Iyengar Yoga, Jñana Yoga, Karma Yoga, Kriya Yoga, Raja Yoga, Raja Vidya Yoga, Siddha Yoga, Tantra Yoga, Kundalini Yoga, Prakriti Yoga entre outras.
Na Índia, país de origem da ioga, os mestres Krishnamacharya (B.K.S. Iyengar, Pattabhi Jois e Desikachar), Swami Sivananda, Gurudeva, Swami Vivekananda e Sri Aurobindo são algumas das principais referências.
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Lahiri Mahāśaya sentado em lótus. 
Foto do livro Autobiografia de um iogue, de Paramahamsa Yogananda
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Ioga Sutra de Patañjali
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A obra Ioga Sutra de Pátañjali (300 a 200 a.C.) é um tratado clássico da filosofia ióguica e contém seus principais aspectos. 
O sistema filosófico do Ioga como exposto no Ioga Sutra aceita a psicologia, metafísica e fenomenologia da escola Samkhya, por isso pode-se dizer que são duas escolas irmãs, diferenciando apenas no uso do Íshvara (Senhor, um Purusha nunca afetado pela Prakrti) que o Ioga usa para uma pratica chamada Íshvara pranidhána, entretanto o Samkhya não consegue provar ou não provar sua existência.
A obra foi escrita em sânscrito, e oferecem uma série de desafios, pois os sutras (literalmente "fio condutor") são aforismos sintéticos, curtos, alguns são tão sintéticos que chegam a ser obscuros. 
Feitos assim, eles deviam ser decorados pelos alunos e discípulos. 
E além disso há no texto o uso de diversos termos chave sem sua formalizações, principalmente provenientes do sistema Samkhya que é tomado como base.
 Por esses motivos o Ioga Sutra se torna de difícil entendimento por aqueles que não fazem parte da cultura do ioga. 
Assim o Ioga Sutra foi vastamente traduzido e interpretado durante séculos das mais diversas maneiras, por comentadores. 
O primeiro comentador, além de mais famoso e autorizado, do Ioga Sutra é Vyása em seu Iogabasya, obra de 500 a 850 d.C.
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Ashtanga: os oito pilares da ioga clássica
Referidos como componentes ou etapas, são passos que se sobrepõem à medida que se avança no caminho. São:
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1 - Yama ou refreamentos
1.1 -Ahimsa ou não-violência
1.2 -Satya ou não mentir
1.3 -Asteya ou não-roubar
1.4 -Brahmacharya ou não dissipar a sexualidade
1.5 -Aparigraha ou não cobiçar
2 - Niyama ou auto-observações
2.1 -Saucha ou limpeza do corpo:
 alimentação, limpezas corporais (shat-karma) e pranayama.
da mente, do intelecto, das emoções
do lugar em que se pratica Ioga
2.2 -Santosha ou auto-contentamento
2.3 -Tapas ou auto-superação
esforço do corpo, da fala e da mente
2.4 -Svadhyaya ou auto-estudo
2.5 -Ishvara pranidhama ou auto-entrega
3 - Asana ou posições psicofísicas
4 - Pranayama ou expansão (ayama) da força vital (prána) através de exercícios respiratórios
5 - Pratyahara ou abstração dos sentidos externos
6 - Dharana ou concentração mental
7 - Dhyana ou meditação
8 - Samadhi ou absorção meditativa
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Obstáculos: Nove dispersões mentais
Patañjali enumera nove obstáculos ao Yoga (Sutra 1.30) que são dispersões ou oscilações mentais, embora outros fatos não enumerados também possam ser considerados obstáculos.
1 - Doença, desequilíbrio do corpo-mente
2 - Apatia, inércia da consciência
3 - Dúvida, conhecimento que oscila entre os pares de opostos
4 - Negligência, falta de investigação dos meios de se alcançar o Ioga
5 - Preguiça, ausência de esforço do corpo e da mente
6 - Incontinência, apetite da consciência pelo gozo dos sentidos
7 - Percepção errônea ou noção incerta, vem do conhecimento errôneo (viparyaya)
8 - Não-realização das etapas, é a falha em se alcançar os estados do Ioga
9 - Instabilidade, é a não estabilização da consciência
Aparecem junto com essas dispersões (Sutra 1.31):
1 - Sofrimento
2 - Angústia, devido a não satisfação de um desejo
3 - Agitação do corpo
4 - Inspiração, uma respiração agitada, sem ritmo, não-profunda, rápida, irregular é sintoma de uma mente ainda dispersa
5 - Expiração
Para preveni-las deve-se praticar disciplina (abhyása) sobre um princípio (tattva) qualquer (Sutra 1.32).
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Ioga no Brasil
No Brasil existem diversas linhas de ioga, incluindo todas as citadas acima, cada uma com suas conceituações filosóficas e práticas.
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Fonte de Pesquisa:

terça-feira, 19 de abril de 2011

Theravada V (Budismo)

Candidate for the Buddhist priesthood is ordaining to is a monk in a church.jpg
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Ordenaçãο
A idade mínima para ordenação como um monge budista é de 20 anos, contados a partir da concepção do óvulo. 
No entanto, os meninos abaixo desta idade são permitidos se ordenarem como noviços (samanera), realizando uma cerimônia como o Shinbyu na Birmânia.
 Noviços raspam a cabeça, vestem o manto amarelo, e observam dez preceitos básicos. Apesar de nenhuma idade mínima específica para os noviços é mencionada nas escrituras, tradicionalmente, os rapazes com sete são aceitos. 
Essa tradição segue a história do filho do Buda, Rahula, que foi autorizado a tornar-se um noviço na idade de sete anos. 
Os monges seguem 227 regras de disciplina, enquanto que 311 freiras seguem regras.
Na maioria dos países teravada, é uma prática comum para os homens jovens em ordenarem-se como monges, por um período fixo de tempo. 
Na Tailândia e Birmânia, os homens jovens em geral ordenam-se durante três meses no período de Retiro das Chuvas (Vassa), apesar de períodos mais curtos ou mais longos de ordenação não são raros. Tradicionalmente, a ordenação temporária é mais flexível entre Laos. 
Uma vez que tenha sido submetida a sua coordenação inicial, os homens jovens, homens Laoneses foram autorizados temporariamente ordenar novamente a qualquer momento, embora os homens casados devam pedir autorização da sua esposa. 
Através do Sudeste Asiático, há pouco o estigma ligado a deixar a vida monástica.
 Monges regularmente deixam os mantos depois de adquirir uma educação, ou quando obrigado por obrigações familiares ou problemas de saúde.
Ordenando-se como monge, mesmo que por um curto período, é visto como ter muitas virtudes. 
Em muitas culturas asiáticas do sudeste, é visto como um meio para o jovem "reembolsar" seus pais devido ao trabalho e esforço deles a fim de criá-lo, porque o mérito de sua ordenação reverte para eles também. 
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Budistas em Wat Phrathat Doi Suthep, perto de Chiang Mai, Tailândia.
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Homens tailandeses que se ordenaram como uns monges podem ser vistos como um bom partido por mulheres da Tailândia, que se referem aos homens que serviram como monges, com uma expressão coloquial que significa "maduro" indicando que eles são mais maduros e prontos para o casamento. 
Particularmente nas áreas rurais, ordenação temporária de rapazes e homens jovens, tradicionalmente deu aos camponeses meninos uma oportunidade de ganhar uma educação nas escolas dos templos, sem se comprometer com uma vida monástica permanente.
No Sri Lanka, ordenação temporal não é praticada, e um monge deixando a ordem é ação desaprovada. 
A influência contínua do sistema de castas no Sri Lanka pode desempenhar um papel no tabu contra ordenação temporal e deixar a vida monástica. 
Embora os nikayas monásticos do Sri Lanka são muitas vezes organizados em linhas de castas, os homens ordenam que os monges passem temporariamente longe do sistema de castas tradicionais, e, como tal, durante seu tempo como monges podem agir (ou serem tratados) de uma forma que não estaria em consonância com as funções esperadas e privilégios da sua casta.
Alguns monges Theravada conhecidos são: Ajahn Mun Bhuridatta, Ajahn Chah, Ledi Sayadaw, Ajahn Plien Panyapatipo, Ajahn Sumedho, Ajahn Brahm, Bhikkhu Bodhi, Buddhadasa, Mahasi Sayadaw, Nyanaponika Thera, Preah Maha Ghosananda, Sayadaw U Pandita, Ajahn Amaro, Thanissaro Bhikkhu, Walpola Rahula, Bhante Henepola Gunaratana, e Bhante Yogavacara Rahula.
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Um monge budista realizando cânticos de oração noiturnos dentro de um mosteiro localizado perto da cidade de Kantharalak, Tailândia (janeiro 2005).
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As práticas monásticas
As práticas geralmente variam em diferentes sub-escolas e monastérios no teravada. 
Mas, no monastério da floresta mais ortodoxo, o monge geralmente modela sua prática e estilo de vida como o do Buda e sua primeira geração de discípulos por viver perto da natureza em florestas, montanhas e cavernas. 
Monastérios da Floresta ainda mantém vivas as antigas tradições através de conformidade com o código de disciplina monástica budista em todos os seus detalhes e desenvolvimento de meditação em florestas isoladas.
Em uma típica rotina diária no mosteiro durante o período de vassa, três meses, o monge tem de acordar durante madrugada e vai começar o dia com o grupo de cânticos e meditação. 
Ao amanhecer, os monges vão sair descalços para as aldeias próximas para receber esmolas e terão uma única refeição durante o dia e sempre antes do meio dia, comendo da tigela mendicante com a mão. 
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Monge meditando em Angkor, Cambodia
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A maior parte do tempo é gasto estudando o Dhamma e em meditação. 
Às vezes, o abade ou um monge sênior dará uma palestra do Dhamma aos visitantes. 
Leigos que ficam no mosteiro terão que respeitar os tradicionais oito preceitos budistas.
Após o término do período de Vassa, muitos dos monges vão sair para longe do mosteiro para encontrar um local remoto (geralmente na floresta), onde eles podem pendurar suas barracas e guarda-chuva, onde ele seja adequado para o trabalho de auto-desenvolvimento. 
Quando eles vão andando, andam descalços, e vão para onde eles se sentem inclinados. 
Somente aqueles requisitos que são necessários serão levados junto. 
Estes consistem geralmente da tigela mendicante, os três mantos, um pano de banho, uma tenda de guarda-chuva, mosquiteiro, uma chaleira de água, um filtro de água, um lâmina de barbear, sandálias, algumas pequenas velas e uma lanterna de vela.
Os monges não fixam os seus horários para meditação andando ou sentada, pois assim como eles estão livres eles começam a fazê-lo, nem determinar por quanto tempo eles vão para meditar. 
Alguns deles, por vezes, andam a pé desde o anoitecer ao amanhecer enquanto que em outros momentos eles podem andar por entre duas a sete horas. 
Alguns podem decidir jejuar durante dias ou ficar em lugares perigosos, onde vivem os animais ferozes, a fim de ajudar a sua meditação.
Os monges que têm sido capazes de alcançar um elevado nível de realização serão capazes de guiar os monges juniores e budistas leigos para os quatro graus de realização espiritual.
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Shwedagon Pagoda emYangon, Burma
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Devoto Leigo
Em páli a palavra para um homem devoto leigo é Upasaka.
 Upasika é o seu equivalente feminino. 
Uma das funções dos seguidores leigos, como ensinado pelo Buda, é cuidar das necessidades dos monges e freiras. 
Estão a assistirem os monges ou freiras a não sofrerem com a falta dos quatro requisitos: alimento, vestuário, abrigo e remédios.
 Como nem monges, nem freiras são autorizados a ter uma profissão, eles dependem inteiramente dos leigos para o seu sustento. 
No retorno para esta caridade, eles são esperados para levar uma vida exemplar.
Na Birmânia e na Tailândia, o mosteiro foi e ainda é considerado como um lugar de aprendizagem. 
Na verdade, hoje cerca de metade das escolas primárias na Tailândia estão localizadas em mosteiros.
 Rituais religiosos e cerimônias em um monastério são sempre acompanhadas por atividades sociais. 
Em tempos de crise, é para os monges que as pessoas trazem seus problemas para receberem um conselho.
Tradicionalmente, um monge habilidoso dará um sermão quatro vezes por mês: quando a Lua cresce e míngua e um dia antes das luas nova e cheia. 
Os leigos também têm uma chance de aprender a meditação dos monges durante estes tempos.
Também é possível para um discípulo leigo se tornar iluminado. 
Bhikkhu Bodhi observa que "Os Suttas e comentários registram alguns casos de discípulos leigos atingirem o objetivo final do Nirvana. 
Entretanto, estes discípulos atingem o estado Arahant à beira da morte ou entram na ordem monástica logo após a sua realização.
 Eles não continuam a morar em casa, como um chefe de família Arahant, porque a habitação comum é incompatível com o estado de alguém que tenha cortado todos os desejos.”
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Influências
Segundo o lingüista Zacharias P. Thundy a palavra "Theravada" pode ter sido helenizada em "Therapeutae", para citar uma ordem cenobítica perto de Alexandria descrito em torno do primeiro século d.C. 
As semelhanças entre os Therapeutae e monasticismo Budista, combinando com as evidencias indianas de atividade missionária Budista para o Mediterrâneo em torno de 250 a.C. (o Éditos de Asoka). 
Os Therapeutae teriam sido os descendentes dos emissários de Asoka para o Ocidente, e teriam influenciado a formação inicial do cristianismo.
 No entanto, a enciclopédia Macmillan do Budismo afirma que as teorias das influências do Budismo no Cristianismo primitivo são, sem fundamentação histórica.
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Wat Phra Buddha Baat, um templo Budista Theravada na Tailândia.
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As ordens monásticas no teravada
Monges teravada geralmente pertencem a um nikaya particular, variadamente denominadas ordens monásticas ou fraternidades. 
Essas ordens diferentes não desenvolvem tipicamente doutrinas distintas, mas podem diferir na forma em a respeito das regras monásticas.
 Estas ordens monásticas representam linhagens de ordenação, normalmente traçando sua origem a um determinado grupo de monges, que estabeleceram uma nova tradição de ordenação em um determinado país ou área geográfica. 
No Sri Lanka a casta desempenha um papel importante na divisão em nikayas.
 Alguns países teravada nomearam ou elegeram um sangharaja ou Patriarca Supremo da Sangha, como o monge classificação mais alta ou mais velho em uma área particular, ou de um nikaya particular. 
O desaparecimento das monarquias resultou na suspensão destes postos em alguns países, mas patriarcas continuaram a ser nomeados na Tailândia. Birmânia e Camboja acabaram com a prática de nomear um sangharaja por algum tempo, mas a posição foi mais tarde restaurada, embora no Camboja foi terminada novamente.
Bangladesh:
Sangharaj Nikaya
Mahasthabir Nikaya
Burma (Myanmar):
Thudhamma Nikaya
Shwekyin Nikaya
Dvara Nikaya
Sri Lanka:
Siam Nikaya
Malwaththa
Asgiriya
Waturawila (ou Mahavihara Vamshika Shyamopali Vanavasa Nikaya)
Amarapura NikayaVárias Sub Ordens incluindo
Dharmarakshitha
Kanduboda (ou Swejin Nikaya)
Tapovana (ou Kalyanavamsa)
Ramañña Nikaya
Galduwa (ou Kalyana Yogashramaya Samsthava)
Delduwa
Tailândia e Cambodia
Maha Nikaya
Dhammayuttika Nikaya
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Festivais e costumes
Festivais espirituais teravada:
Magha Puja
Vesakha Puja
Asalha Puja
Uposatha
Vassa (Retiro das Chuvas)
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Fonte de Pesquisa:

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Theravada IV (Budismo)

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Níveis de Realização
Através da prática, praticantes (Theravada) podem alcançar quatro estágios da iluminação:[
Sotapanna ("Aquele que Entrou na Correnteza"): Aqueles que destruíram os três primeiros grilhões (falsa visão do ‘’Eu’’, a dúvida e o apego a ritos e rituais) estarão a salvo de cair em estados de miséria (não haverá renascimento como um animal, preta (fantasma , ou um inferno estar). 
No máximo, eles terão de renascer apenas sete vezes mais antes de atingir o Nirvana.
Sakadagami ("Uma vez Retornantes"): Aqueles que destruíram os três primeiros grilhões e diminuíram os grilhões da luxúria e do ódio atingirão o Nirvana depois de renascer, uma vez mais no mundo.
Anagami ("Não Retornantes"): Aqueles que destruíram os cinco grilhões inferiores, que os seres permanecem ligados ao mundo dos sentidos. 
Os Não Retornantes nunca mais regressam ao mundo humano e depois que eles morrem, eles vão nascer nos mundos celestes elevados, lá alcançarão o Nirvana. 
Atingir o estado de não-retorno é retratado nos textos mais antigos como meta ideal para os leigos.
Arahants: Aqueles que alcançaram a Iluminação (Bodhi), realizando o Nirvana, e ter atingido a qualidade da imortalidade está livre de todas as impurezas da sujeira mental. 
Sua ignorância, desejo e apegos acabaram. Atingir o estado de arahant é retratado nos textos mais antigos como meta ideal para os monges.
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Escrituras
A escola teravada defende o Cânone Pali, ou Tipitaka, como a coletânea de textos de maior autoridade sobre os ensinamentos do Buda Gautama. 
O Sutta e Vinaya, partes do Tipitaka, mostram consideráveis sobreposições de conteúdo sobre o Agamas, as coleções paralelas utilizados por escolas não-teravada da Índia, que foram preservadas em chinês e, parcialmente, em sânscrito, prácrito e tibetano, e os vários Vinayas não-teravada. 
Nesta base, estes dois conjuntos de textos em geral são os textos mais antigos e de maior autoridade sobre o budismo pelos estudiosos e pesquisadores. 
Acredita-se também que grande parte do Cânone Pali, que ainda é usado pelas comunidades Theravāda, foi transmitida ao Sri Lanka, durante o reinado de Asoka. 
Depois de ter sido transmitida oralmente (como era o costume naqueles dias de textos religiosos) por alguns séculos, foram finalmente autorizados a escrever no último século a.C., em que o teravada geralmente descreve como quarto concílio, no Sri Lanka. 
O teravada é uma das primeiras escolas budistas colocou o conjunto completo de seu cânone budista na escrita.
Grande parte do material do Cânone não é especificamente "Theravada", mas ao invés é uma coleção dos ensinamentos que essa escola preservou do corpo dos primeiros ensinamentos não=sectários. 
De acordo com Peter Harvey:
Os teravadas podem ter adicionado textos no Cânone por algum tempo, mas eles não parecem ter alterado o que já tinha de um período anterior.
O Tipitaka Pali é composto por três partes: o Vinaya Pitaka, Sutta Pitaka e Abhidhamma Pitaka. Destes, acredita-se que o Abhidhamma Pitaka possa ser uma adição posterior aos dois primeiros Pitakas, que, na opinião de muitos estudiosos, foram os dois únicos Pitakas no momento do Primeiro Concílio Budista. 
O Abhidhamma Pali não foi reconhecido fora da escola Theravada.
No século IV ou 5 Buddhaghosa Thera escreveu os primeiros comentários Pali para grande parte do Tipitaka (que se baseavam em manuscritos muito mais antigos, principalmente em cingalês antigo), e depois dele muitos outros monges escreveram vários comentários, que se tornaram parte do patrimônio teravada. Estes textos, no entanto, não têm a mesma autoridade que o Tipitaka. 
O Tipitaka é composto de 45 volumes na edição da Tailândia, 40 na Birmânia e 58 na cingalesa.
Os comentários, juntamente com o Abhidhamma, definem especificamente o patrimônio teravada. Versões relacionados do Sutta Pitaka e Vinaya Pitaka eram comuns a todas as primeiras escolas budistas, e, portanto, não define apenas Theravada, mas também a outras escolas budistas antigas, e talvez o próprio ensinamento do Buda Gautama.
Os budistas Theravada consideram muito do que é encontrado nas coleções escriturais chinesas e tibetanas como sendo apócrifo, o que significa que elas não são autênticas palavras do Buda Gautama.
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Jovem monge birmanês
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Vida leiga e monáστικά
Tradicionalmente, o budismo teravada observou uma distinção entre as práticas adequadas para uma pessoa leiga e as práticas realizadas por monges ordenados (nos tempos antigos, havia um corpo separado das práticas de freiras). 
Embora a possibilidade de uma significativa realização por leigos não é ignorada pelos Theravada, que ocupa um destaque significativamente menor do que nas tradições Mahayana e Vajrayana. 
Esta distinção - bem como a distinção entre as práticas preconizadas pelo Cânone Pali, e os elementos religiosos folclóricos abraçado por muitos monges - tem motivado alguns pesquisadores a considerar o budismo Theravada ser composto de várias tradições distintas, sobrepondo-se, mas embora ainda distintas. Mais importante ainda, o antropólogo Melford Spiro em seu trabalho Budismo e Sociedade separa o Theravada birmanês em três grupos: Budismo Apotropaico (direcionado com o fornecimento de proteção contra espíritos malignos), Budismo Kammatic (preocupados em acumular méritos para um futuro bem renascimento), e o Budismo Nibbanic (direcionado a realização da liberação do Nirvana, como descrito no Tipitaka). 
Ele salienta que todos os três estão firmemente enraizados no Cânone Pali. 
Essas categorias não são aceitas por todos os estudiosos, e são geralmente considerados como não-exclusivos por aqueles que os empregam.
O papel dos leigos tem sido tradicionalmente ocupado principalmente com atividades que são comumente designadas como realizadoras de mérito (abrangidos pela categoria de Spiro, Budismo kammatic). Atividades de mértio incluem a oferta de comida e outras necessidades básicas para os monges, fazendo doações aos templos e mosteiros, queimando incenso ou velas de iluminação em frente a imagens do Buda, e cânticos de proteção ou de mérito dos versos do Cânone Pali. 
Alguns praticantes leigos tem sempre escolhido assumir um papel mais ativo nos assuntos religiosos, mantendo ainda o seu status de leigos. 
Leigos dedicados, homens e mulheres, por vezes, atuam como curadores ou tutores para seus templos, tomando parte na planificação e gestão financeira do templo. 
Outros podem oferecer um tempo significativo na atendendo as necessidades mundanas de monges locais (por cozimento, limpeza, manutenção das instalações do templo, etc.). 
Atividades leigas tradicionalmente não se estendem ao estudo das escrituras Pali, nem a prática da meditação, embora no século XX estas áreas se tornaram mais acessíveis aos leigos da comunidade, especialmente na Tailândia.
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Monges Tailandeses em peregrinação com seus mantos alçafrões.
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Um número de monges seniores na Tradição da Floresta tailandesa, incluindo Ajahn Buddhadasa, Ta Luang Bua Maha, Ajahn Plien Panyapatipo, Ajahn Pasanno e Ajahn Jayasaro, começaram a ensinar retiros de meditação no fora do mosteiro para discípulos leigos.
No Reino Unido, Ajahn Chah um discípulo de Ajaan Mun, criou uma linhagem monástica em Chithurst em West Sussex, "Cittaviveka", com seu discípulo Ajahn Sumedho, então "Amaravati" foi fundada em Hertfordshire, que tem um centro de retiro para leigos retiros. Ajahn Sumedho estendeu este a Harnham em Northumberland sendo Aruna Ratanagiri sob a orientação atual da Ajahn Munindo, outro discípulo de Ajahn Chah.
Nirvana, o maior objetivo do budismo teravada, é atingido através do estudo e da prática da moralidade, meditação e sabedoria (sila, samadhi, panna). 
O objetivo do Nirvana (e suas técnicas associadas) tem sido tradicionalmente visto como o domínio dos monasticamente plenamente ordenados, que muitas das mesmas técnicas podem ser usadas por leigos para gerar felicidade em suas vidas, sem focar em Nirvana. 
O estilo Monástico no Theravada pode ser genericamente descrito como sendo dividido entre o papel do monge erudito (geralmente urbanos) e o monge meditador (geralmente em áreas rurais ou florestais). 
Ambos os tipos de monges servem as suas comunidades como líderes espirituais e oficiantes ao presidir cerimônias espirituais e fornecer instruções Budistas básicas sobre a moralidade e os ensinamentos.
Monges eruditos empregam o caminho de estudar e preservar a literatura Pali Theravada.
 Eles podem dedicar pouco tempo para a prática da meditação, mas pode alcançar um grande respeito e notoriedade, tornando-se mestres de uma seção especial da Canon Pali ou em seus comentários. 
Mestres do Abhidhamma, chamado Abhidhammika, são particularmente respeitadas na tradição escolástica.
Monges meditadores, muitas vezes chamados de monges da floresta, devido à sua associação com determinadas tradições de habitarem a natureza, são considerados especialistas em meditação. 
Enquanto alguns monges da floresta podem realizar estudos significativos do Cânone Pali, em geral espera-se que os monges meditadores aprendam principalmente a partir de suas experiências de meditação pessoal e professores, e não sabem muito mais do Tipitaka que o necessário para participar da vida litúrgica e para fornecer um alicerce fundamental para os ensinamentos budistas. 
Mais do que a tradição escolástica, a tradição de meditação está associada com a realização de certos poderes sobrenaturais descritas em ambas às fontes Pali e a tradição popular. 
Estes poderes incluem a realização do Nirvana, leitura da mente, do poder sobrenatural sobre os objetos materiais e os seus próprios órgãos corporais, ver e conversar com os deuses e os seres vivos no inferno, e lembrar as vidas passadas. 
Estes poderes são chamados abhiñña. 
Às vezes, o restante do fragmento ósseo cremado de um monge da floresta realizado pode ser possível transformarem-se em relíquias de cristal (sārira-dhātu).
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Fonte de Pesquisa:

Theravada III (Budismo)

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Fundamentos do teravada
Em primeiro lugar, a filosofia teravada é um processo contínuo de análise da vida, não um mero conjunto de ética e ritual.
A teoria principal do teravada usa as Quatro Nobres Verdades, também conhecidas como as Quatro Verdades Sublimes.
 Na forma mais simples elas podem ser descrito como o problema, a causa, a solução e o caminho para a solução (implementação).
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As Quatro Nobres Verdades
‘’As descrições formais das Quatro Nobres Verdades são do seguinte modo:
Dukkha (sofrimento): 
Este pode ser um tanto amplamente classificado em três categorias. 
Sofrimento inerente, ou o sofrimento de todas as atividades mundanas, o que se sofre no dia-a-dia: nascimento, envelhecimento, doenças, morte, tristeza, etc.
 Em sumo, tudo o que se alguém sente referente ao apego "paixão" e / ou associando com apego "ódio" estão englobados no termo. 
A segunda classe de sofrimento, chamado Sofrimento devido a Mudança, implica que as pessoas sofrem devido a se unir a um estado momentâneo, que é considerado "bom", quando esse estado é alterado, as coisas estão submetidas ao sofrimento. 
O terceiro, denominado ‘’Sankhara Dukkha’’, é o mais sutil. 
Seres sofrem simplesmente por não perceberem que eles são meros agregados sem identidade definida e imutável.
Dukkha samudaya (causa de sofrimento): 
O desejo, o que leva ao apego, é a causa do sofrimento. 
Formalmente isto é o termo ‘’Tanha’’. 
Pode ser classificada em três impulsos instintivos. 
Kama Tanha é o desejo de qualquer objeto de sensação agradável (que envolve a visão, audição, tato, paladar, olfato e percepções mentais). 
Bhava Tanha é o desejo de estar ligado a um processo contínuo, que aparece em várias formas, incluindo o desejo da existência. 
‘’Vibhava Tanha é o desejo de aversão a um processo, que inclui a não-existência e provoca a vontade de auto-aniquilação.
Dukkha Nirodha (cessação do sofrimento): 
Não se pode, eventualmente, ajustar o mundo inteiro a seu gosto, para eliminar o sofrimento e a esperança de que assim permanecerá para sempre.
 Isso violaria o princípio básico da Impermanência. 
Em vez disso, ajusta a própria mente através do desapego para que a alteração de qualquer natureza, não tenha efeito sobre a própria paz de espírito. 
Em poucas palavras, a terceira Nobre Verdade implica que a eliminação da causa (desejo) elimina o resultado (sofrimento). 
Esta é inferida na citação bíblica pelo Buda, ‘Seja qual for resultado de uma causa, devem ser eliminados através da cessação da causa’.
Dukkha Nirodha Gamini Patipada (caminho para a libertação do sofrimento): 
Este é o Nobre Caminho Óctuplo para a liberdade ou Nirvana. 
O caminho pode ser aproximadamente traduzido para português como visão correta, intenção correta, fala correta, ações corretas, modo de vida correto, esforço correto, atenção correta e concentração correta.
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As três características
Estas são as três características de todos os fenômenos condicionados no pensamento teravada.
Anicca (impermanência): 
Impernanência é. 
Todos os fenômenos condicionados estão sujeitos a alterações, incluindo características físicas, as qualidades, pressupostos, teorias, conhecimento, etc. 
Nada é permanente, porque, para que algo seja permanente, tem de haver uma causa imutável por trás dele. Uma vez que todas as causas estão ligadas entre si de forma recursiva, não pode haver nenhuma causa definitiva e imutável.
Dukkha (sofrimento): 
Desejo/ânsia causa sofrimento, pois o que se desejava é transitório, mudando, e perecer. 
O desejo por coisas impermanentes causa decepção e tristeza. 
Há uma tendência para rotular praticamente tudo no mundo, sendo "bom", "confortável" ou "satisfatório", em oposição ao "mau", "desconfortável" e "insatisfatório". 
Porque rotulando as coisas em termos de gostar e não gostar, nós criamos sofrimento para nós mesmos. 
Se alguém consegue deixar a tendência de rotular as coisas e libertar-se dos instintos que dirigem a pessoa a fazer o que ela própria rotule coletivamente como "gostar", ele alcança a suprema liberdade. 
O problema, a causa, a solução e a aplicação, todas estas estão dentro da própria pessoa, não fora.
Anatta (não-eu): 
O conceito de ‘’Anatta’’ pode ser explicado como a falta de uma identidade fixa, imutável, não há permanência, essência Eu.
 Um ser vivo é uma composição dos cinco agregados (khandhas), que é a forma física (rupa), sentimentos ou sensações (vedana), percepção (Sanna), formações mentais (sankhara), e consciência (viññana), nenhum dos quais pode ser identificado como um eu próprio. 
A partir do momento da concepção, todas as entidades (incluindo todos os seres vivos) estão sujeitas a um processo de mudança contínua. 
Um praticante deve, por outro lado, desenvolver e aperfeiçoar sua mente para um estado, de modo a ver este fenômeno.
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As Três Nobres Disciplinas
O caminho para o Nirvana, ou o Nobre Caminho Óctuplo é indicado às vezes em uma forma mais concisa, conhecida como as Três Disciplinas Nobres. 
Estes são conhecidos como disciplina (Sīla), a treinamento da mente (Samādhi) e sabedoria (Paññā).
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Meditação
Práticas da Meditação Budista Theravada:
Anapanasati
Metta
Kammaṭṭhāna
Samatha
Vipassana
Meditação (em páli: Bhavana), significa o reforço positivo da mente. 
Amplamente classificados em Samatha e Vipassana, a meditação é a ferramenta chave implementada para atingir o jhana. Samatha, literalmente, significa "fazer habilidosamente", e tem também outras acepções, entre as quais "tranqüilizador", “calmante”, "visualizar" e "realização". 
Vipassana significa "visão" ou “entendimento abstrato". 
Neste contexto, a meditação Samatha faz com que uma pessoa se torne habilidosa na concentração da mente. 
Uma vez que a mente está suficientemente concentrada, Vipassana permite ver através do véu da ignorância.
Nos discursos do Cânone Pali, o Buda freqüentemente instrui seus discípulos para a prática de samadhi (concentração), a fim de estabelecer e desenvolver o jhana (concentração total). 
Jhana é o instrumento utilizado pelo próprio Buda para penetrar na verdadeira natureza dos fenômenos (através da investigação e da experiência direta) e para alcançar a iluminação.
 Concentração Correta (samma-samadhi) é um dos elementos do Nobre Caminho Óctuplo.
 O Samadhi pode ser desenvolvido a partir de atenção à respiração (anapanasati), a partir de objetos visuais (kasina) e da repetição de frases.
 A lista tradicional contém 40 objetos de meditação (kammaṭṭhāna) a serem utilizados para meditação Samatha. 
Cada objeto tem um objetivo específico, como por exemplo, a meditação sobre as partes do corpo (Kayanupassana ou kayagathasathi) resultará em uma diminuição do apego aos nossos próprios corpos e dos outros, resultando em uma redução dos desejos sensuais. 
Mettā (bondade amorosa) gera o sentimento de boa vontade e alegria para nós e outros seres; a prática de mettā serve como um antídoto contra a má vontade, fúria e medo.
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Fonte de Pesquisa:

domingo, 17 de abril de 2011

Theravada II (Budismo)

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História da Tradição
Segundo a tradição cingalesa, o Budismo foi primeiramente trazido para o Sri Lanka pelo monge Mahinda, que se acredita ter sido o filho do imperador da dinástia Máuria, conhecido com Asoka, o Grande, no século III a.C., como parte das atividades missionárias da era Asoka.
 No Sri Lanka, Mahinda fundou o Mosteiro Mahavihara de Anuradhapura. Mais tarde, tornou-se dividido em três subgrupos, conhecido por seus centros monásticos como Mahavihara, o Vihara Abhayagiri eo Jetavanavihara. Em 1164, com a orientação de dois monges de um ramo florestal do Mahavihara, o rei do Sri Lanka reuniu todos os bhikkhus no Sri Lanka na escola Mahavihara ortodoxa.
Alguns anos após a chegada do Sthavira Mahinda, Sanghamitta, que também acredita-se ser filha do imperador Asoka, chegou ao Sri Lanka. Começou a primeira ordem de monjas no Sri Lanka, mas essa ordem morreu no Sri Lanka, no século XI e na Birmânia, no 13. Em 429 d.C., a pedido do imperador da China, as bhikkhunis (monjas) de Anuradhapura foram enviadas para a China para estabelecer a ordem das bhikkhunis. 
A ordem então se espalhou para a Coréia. Em 1996, 11 monjas selecionadas do Sri Lanka foram plenamente ordenadaos como bhikkhunis por uma equipe de monges Theravada em conjunto com uma equipe de monjas coreanas na Índia. 
Há um desacordo entre as autoridades vinaya Theravada quanto ao facto de tais ordenações serem válidas.
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 Nos últimos anos, o chefe do Dambulla seção do Siyam Nikaya no Sri Lanka realizou cerimônias de ordenação para centenas de monjas. 
Este tem sido criticado por algumas figuras líderes no próprio Siyam Nikaya e Amarapura Nikaya, e o Conselho de Governadores do Budismo Birmanês declarou que não pode haver nenhuma ordenação de monjas válida nos tempos modernos, embora alguns monges birmaneses discordem desta.
De acordo com a crônica Mahavamsa do Sri Lanka, após a celebração do Terceiro Concílio Budista, dois missionários também foram enviados para Suvannabhumi onde eram os monges Sona e Uttara, diz-se ter procedido.
Opiniões dos estudiosos divergem a respeito de onde exatamente a terra Suvannabhumi estaria localizada, mas é acredito que Suvannabhumi é localizada em algum lugar na área que agora inclui a mais baixa Burma, Tailândia, Península Malaia e a ilha de Sumatra.
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O grupo étnico Mon e Pyu estavam entre os primeiros povos a habitar a Birmânia. Recentes pesquisas arqueológicas em um assentamento Pyu no Vale do Samon (cerca de 100 km a sudeste de Bagan) mostrou que eles tinham ligações comerciais com a Índia, 500-400 a.C., e com a China em torno de 200 a.C.
Fontes chinesas que tenham sido datadas cerca de 240 d.C. mencionam um reino budista do nome de Lin-Yang, que alguns estudiosos têm identificado como o antigosPyu reinado de Beikthano 300 km ao norte de Yangon. 
A Birmânia lentamente tornou-se Theravada quando entraram em contato com a civilização Pyu e Mon. 
Os tailandeses também lentamente tornaram-se Theravada quando entraram em contato com a civilização Mon.
Apesar de seu sucesso no Sudeste da Ásia, na China, o budismo Theravada tem sido geralmente limitado a zonas fronteiriças com os países Theravada.
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Desenvolvimentos Modernos
As seguintes tendências modernas ou movimentos foram identificados.
Modernismo: as tentativas de se adaptar ao mundo moderno e adoptar algumas das suas ideias; inclui, entre outras coisas
Movimento Verde
Sincretismo com outras tradições budistas
Inclusividade Universal
Reformismo: as tentativas de restaurar um suposto, estado ideal do Budismo; inclui particularmente, a adopção de teorias estudiosos ocidentais do budismo original (nos últimos tempos a "interpretação erudita ocidental do budismo" é o Budismo oficial vigente no Sri Lanka e Tailândia.)
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Ultimismo: tendência a concentrar-se nos ensinamentos avançados, tais como as Quatro Nobres Verdades em detrimento dos mais elementares
Neotradicionalismo; inclui, entre outras coisas
Reviver dos rituais
Remitologização
Meditação de Insight
Ação Social
Religiosidade devocional
Reacção ao nacionalismo budista
Renovação dos monges da floresta
Revitalização da meditação samatha
Revitalização da linhagem de bhikkhunis Theravada
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A revitalização budista também reagiu contra as alterações no Budismo causados por regimes colonialistas. Colonizadores ocidentais e missionários cristãos deliberadamente impuseram um tipo particular do monasticismo cristão ao clero budista no Sri Lanka e as colônias no sudeste asiático, restringindo as atividades dos monges para a purificação individual e ministrar nos templos.
 Antes de controle colonial britânico, os monges tanto no Sri Lanka e Birmânia tinham sido responsáveis pela educação dos filhos dos leigos, e produziram grandes conjuntos de literatura. 
Após a tomada do poder britânico, templos budistas foram estritamente administrados e só eram autorizadas a utilizar os seus fundos em atividades estritamente religiosas.
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 Ministros cristãos receberam o controle do sistema de ensino e seu pagamento se tornou o financiamento público para missões. 
Estrangeiros, especialmente o governo britânico teve um efeito debilitante na sangha.
 De acordo com Walpola Rahula, missionários cristãos desalojaram e apropriaram-se do ensino, sociedade, e atividades de bem-estar dos monges, e inculcaram uma mudança permanente em pontos de vista sobre a posição correta dos monges na sociedade através de sua influência institucional sobre a elite.
 Muitos monges na era pós-colonia tem se dedicado a desfazer essa mudança de paradigma. Movimentos pretendendo restaurar lugar do budismo na sociedade têm se desenvolvido tanto no Sri Lanka e Birmânia.
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Visão Geral da Filosofia
O Theravada promove o conceito de Vibhajjavada (Pāli), literalmente "Ensino de Análise". 
Essa doutrina diz que a percepção deve vir da experiência do aspirante, a investigação crítica e raciocínio, em vez da fé cega, no entanto, as escrituras da tradição Theravada também enfatizam a atenção aos conselhos dos sábios, considerando esses conselhos e a avalição de nossas próprias experiências para serem os dois testes pelos quais as práticas devem ser julgadas.
No Theravada, a causa da existência humana e do sofrimento (dukkha) é identificado como o desejo/ansia (tanha), que traz consigo as impurezas (kilesas). 
Estas impurezas que ligam os seres humanos ao ciclo de renascimento são classificados em um conjunto de dez "Grilhões", enquanto as impurezas que impedem a concentração (samadhi) são apresentados em um conjunto de cinco chamado de "Cinco Obstáculos".
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O nível de contaminação pode ser grosso, médio e sutil. 
É um fenômeno que freqüentemente surge, permanece temporariamente e depois desaparece. 
Os Theravadas acreditam que as contaminações não só são prejudiciais a nós mesmos, mas também prejudiciais para os outros. 
Eles são a força motriz por trás de todas desumanidades que um ser humano pode cometer.
Theravadans acreditam que estas contaminações são hábitos que nascem da ignorância (avijja) que afligem as mentes de todos os seres obscurecidos, que se agarram a eles e sua influência em sua ignorância sobre a verdade. 
Mas, na realidade, essas impurezas mentais nada mais são do que manchas que têm atingido a mente, criando sofrimento e estresse. 
Os seres obscurecidos cobiçam o corpo, sob a suposição de que ele representa um Eu, ao passo que, na realidade, o corpo é um fenômeno impermanente formado a partir dos quatro elementos básicos.
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 Muitas vezes, caracteriza-se por terra, água, fogo e ar, nos textos Budistas mais antigos estes são definidos como abstrações que representam a qualidades sensoriais da solidez, fluidez, temperatura e mobilidade, respectivamente.
 As impurezas mentais, freqüentemente instigadas e manipuladas da mente, acredita-se ter evitado a mente de ver a verdadeira natureza da realidade. 
Comportamento inábil em sua vez, pode fortalecer as impurezas, mas seguindo o Nobre Caminho Óctuplo pode enfraquecer ou erradicá-las por completo.
Acredita-se também que os seres não iluminados experimentam o mundo através de suas seis portas dos sentidos imperfeitas (olho, orelha, nariz, língua sentido, tátil e mental) e usam a mente, obscurecida por impurezas, para formar a sua própria interpretação, sua percepção e a própria conclusão.
 Em tal condição, a percepção ou a conclusão feita será baseada no que está sendo sua própria ilusão da realidade.
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 No estado de jhana (profunda concentração), as cinco portas dos sentidos físicos desaparecerão, as contaminações mentais serão suprimidas, e traços mentais saudáveis serão fortalecidos. 
A mente pode então ser usada para investigar e obter insights sobre a verdadeira natureza da realidade.
Há três níveis de contaminações. 
Durante a fase de passividade as contaminações ficam adormecidas na base da continuidade mental como tendências latentes (‘’anusaya’’), mas pelo impacto do estímulo sensorial elas irão se manifestar (‘’pariyutthana’’) na superfície da consciência na forma de pensamentos prejudiciais, em emoções e volições. Se eles ganham força adicional, a contaminação atingirá a fase perigosa da transgressão (‘’vitikkama’’), que irá envolver ações com corpo ou fala.
A fim de se livrar do sofrimento e estresse, os Theravadas acreditam que as contaminações precisam ser permanentemente suprimidas. 
Inicialmente, elas são retidas por meio da atenção plena para impedi-las de assumirem o controle sobre a ação mental e corporal. 
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Em seguida, são arrancadas através de uma investigação interna, análise, experiência e compreensão de sua verdadeira natureza, usando ‘’Jhana’’. 
Este processo deve ser repetido para cada impureza. 
A prática irá conduzir o praticante a perceber as Quatro Nobres Verdades, A Iluminação e o Nirvana (Predefinição:Lang-sa, Nirvāṇa; Predefinição:Lang-pi, Nibbāna; em tailandês: นิพพาน, Nípphaan). 
Nirvana é o objetivo final de Theravadas, e é dito ser um estado de felicidade perfeita onde a pessoa é liberada a repetitivo ciclo de renascimento, doença, velhice e morte.
Os Theravadas acreditam que cada indivíduo é pessoalmente responsável por seu próprio despertar e liberação, uma vez que são responsáveis por suas próprias ações e conseqüências (em sânscrito: karma; em páli: kamma). 
Simplesmente aprender ou acreditar na verdadeira natureza da realidade, tal como expostos pelo Buda não é suficiente, o despertar só pode ser alcançado através da experiência direta e realização pessoal. 
Um indivíduo terá que seguir e praticar o Nobre Caminho Óctuplo como ensinado pelo Buda para descobrir a verdade por experiência direta.
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 Na crença Theravada, Budas, deuses ou divindades são incapazes de dar a um ser humano, o despertar ou levantar-los do estado do ciclo de nascimento, doença, envelhecimento e morte (samsara).
 Para os teravadas, Buda é apenas um professor do Nobre Caminho Óctuplo, enquanto os deuses ou divindades estão ainda sujeitos a raiva, inveja, ódio, vingança, desejo, cobiça, ignorância e morte.
Acredita-se que algumas pessoas praticando com seriedade e zelo pode atingir o Nirvana em uma única vida, como fizeram muitas das primeiras gerações de discípulos de Buda. 
Para outros, o processo pode demorar várias vidas, com o indivíduo alcançando estados mais elevados de realização. 
Aquele que alcançou o Nirvana é chamado um Arahant. 
Acredita-se que Buda possuía o conhecimento definitivo sobre a como orientar uma pessoa através do processo de iluminação, os teravadas acreditam que os discípulos de Buda alcançam a iluminação mais rapidamente
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De acordo com as primeiras escrituras, o Nirvana alcançado pelos Arahants é idêntico ao conseguido pelo próprio Buda, pois há apenas um tipo de Nirvana.
 Buda foi superior ao Arahants porque o Buda tinha descoberto todo o caminho sozinho, e ensinou-o aos outros (i, e., metaforicamente girando a roda do Dhamma). 
Arahants, por outro lado, atingiram o Nirvana em parte devido aos ensinamentos do Buda. 
Os Theravadas reverenciam o Buda como uma pessoa extremamente talentosa, mas reconhecem, no passado distante e futuro, a existência de outros Budas. 
Maitreya (Pali: Metteyya), por exemplo, é mencionado brevemente no Cânone Pali como um Buda que virá no futuro distante.
Tradicionalmente os Theravadas podem ter a convicção (ou "fé") nos ensinamentos do Buda e da prática dos preceitos menores na esperança de ganhar alguns benefícios menores ou podem investigar e verificar através da experiência direta da verdade dos ensinamentos do Buda, praticando o jhana que faz parte do Nobre Caminho Óctuplo para sua própria iluminação.
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Fonte de Pesquisa:

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