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Anatomia esquemática do anjo patrono do santuário de Borobudur, Java, segundo indicações do teosofista Geoffrey Hodson em seu livro O Reino dos Deuses.
Sua forma é na verdade esférica, com feixes de luz irradiante, e aqui se mostra em corte.
Os círculos regulares concêntricos de sua aura indicam sua avançada evolução.
Muitos detalhes foram omitidos
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A Teosofia admite a existência dos seres angélicos, e várias classes dentre eles, embora existam relativamente poucos estudos neste campo que as sistematizem profundamente, dos quais os de Charles Leadbeater e sobretudo Geoffrey Hodson são as fontes mais ricas e interessantes.
Charles Leadbeater diz que, sendo um dos muitos reinos da criação divina, o reino angélico também está, como os outros, sujeito à evolução, e que existem grandes diferenças em poder, sabedoria, amor e inteligência entre seus integrantes.
Pelo mesmo motivo, o de constituírem um reino independente, com interesses e metas próprias, diz que os anjos não existem mormente em função dos homens e seus problemas, como reza a cultura popular, apesar de assistí-los de uma variedade imensa de formas, como por exemplo na ministração dos sacramentos das igrejas, na cura espiritual e corporal dos seres humanos, e na sua inspiração, encorajamento, proteção e instrução.
Mesmo que o reino angélico como um todo esteja envolvido em muitas tarefas que não dizem respeito ao homem, Leadbeater afirma em A Ciência dos Sacramentos que existe uma classe deles especialmente associada aos seres humanos, a dos anjos da guarda, na verdade uma espécie de silfos, à qual se confia uma pessoa por ocasião de seu batismo, e que por seu serviço conquistam a individualização, tornando-se serafins.
Os anjos são descritos por Hodson como tendo uma atitude em relação a Deus completamente diversa da humana, não concebendo uma existência personalizada individual, mas sim uma consciência única central e ao mesmo tempo difusa e onipresente, de onde suas próprias consciências derivam e à qual estão inextrincavelmente ligadas.
Sentem-se unidos a esta consciência e para eles não é possível, exatamente por esta unidade, experimentarem egoísmo, separatividade, desejo, possessividade, ódio, medo, revolta ou amargura.
Apesar de serem essencialmente seres amorosos, seu amor é impessoal, sendo extremamente raras associações estreitas com quaisquer indivíduos.
Em seus estudos Hodson os divide em quatro tipos principais, associados aos quatro elementos da filosofia antiga: terra, água, fogo e ar.
Hodson faz também uma associação dos anjos com a Árvore Sefirotal, derivada da tradição Cabalística, definindo dez ordens.
Afirma que um dos aspectos do Logos é de natureza angélica e acrescenta que ao reino angélico pertencem os chamados espíritos da natureza.
Muitos destas classes estão envolvidos em processos naturais básicos como a formação celular e cristalização mineral, sendo por isso de dimensões microscópicas, constituindo os primeiros degraus da sua longa evolução em direção aos anjos planetários e formas ainda mais grandiosas como os grandes arcanjos solares, de estatura verdadeiramente colossal, a ponto de poderem ser percebidos de pontos próximos à extremidade externa do sistema solar.
Outros tipos são os silfos, as salamandras, as fadas, dríades, ondinas e os variados espíritos da natureza conhecidos desde a antigüidade em várias culturas.
Suas descrições dão uma vívida idéia da importância destes seres na manutenção da ordem cósmica e na manifestação do universo desde sua origem insondável até as formas físicas, passando por todos os degraus intermédios.
Em seu livro O Reino dos Deuses oferece uma série de ilustrações do aspecto dos vários tipos de anjos, diferindo radicalmente das tradicionais representações angélicas da cultura ocidental, e diz que apesar disso ambos, anjo e homem, derivam suas formas de um mesmo arquétipo.
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