quarta-feira, 13 de abril de 2011

Sem Erva não tem Axé

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Sem Erva não tem Axé.
 Está aí a regra número um nos cultos de origem afro.
Se a mata possui uma alma além do mistério esta é a folha, que a mantém viva pela respiração, que a caracteriza pela cor e aparência, que sombreia seu solo permitindo, através do frescor, a propensão à semeadura.
“Kosi ewe, kosi Orisa”, diz um velho provérbio nagô: "sem folha não há Orixá", que pode ser traduzida por "não se pode cultuar orixás sem usar as folhas", define bem o papel das plantas nos ritos.
O termo folha (ewe) tem aqui um duplo sentido, o literal, que se refere àquela parte dos vegetais que todos nós conhecemos, e o figurado, que se refere aos mistérios e encantamentos mais íntimos dos Orixás.
Mas o que isto tem a ver com o Orixá?
 É que o culto aos deuses nagôs se ergue a partir de três ewes: o conhecimento, o trabalho e o prazer, um amálgama de concentração e descontração passível apenas de ser vivido, jamais de ser entendido em sua largueza e profundidade.
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O ewe do conhecimento é aquele que manipula os vegetais, conhece suas propriedades e as reações que produzem quando se juntam, é também aquele que conhece os encantamentos, sem os quais as energias, para além da química, não se desprendem dos vegetais.
O ewe do trabalho é aquele que, na disciplina e aparente banalidade do cotidiano da comunidade de terreiro, vai "catando as folhas" lançadas aqui e ali, pela observação silenciosa e astuciosa, com as quais vai construindo seu próprio conhecimento; sem o mínimo de "folhas" necessárias não se caminha sozinho. 
Só se dá "folha" a quem é digno e sabe guardar, a quem trabalha, a quem é presente. 
Só cata "folha" quem tem a sagacidade de entender a linguagem dos olhares.
O ewe do prazer é aquele que produz boa comida, boa conversa, boa música e boa dança, todas quatro povoadas de folhas e "folhas" para quem tem olhos de ver. 
O Orixá só vive se for alimentado, só agradece pela comunhão, só se mostra pela dança, só se apresenta pela alegria da música e só fala por ewe. 
Sem ewe não se entende os Orixás.
NÃO EXISTE ORIXÁ SEM FORÇA DA NATUREZA.
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Falar das folhas no culto afro-brasileiro é muito complexo, pois nas diversas nações que existem dentro do culto, as folhas recebem nomes e funções diferentes.
As folhas de determinado orixá entram também no culto de outro, pois existem combinações de folhas de um orixá para o outro.
A nomenclatura das folhas, tanto em português quanto em yorubá, varia muito, mas vamos destacar os nomes mais populares.
Os pajés utilizavam ervas medicinais e rezas para afastar maus espíritos, esta prática tornou-se cada vez mais usual, porém com o aumento da população, os Portugueses começaram a enviar mais missionários e médicos para interromper estas práticas, e a população começou a procurar os pajés em menor freqüência e as escondidas.
Muitas mulheres desta época se interessaram pelas ervas medicinais que os pajés utilizavam, e por não conhecer as rezas que eles faziam misturavam rezas de santos Católicos com estas ervas criando-se assim as famosas rezadeiras e curandeiras do Brasil. 
Por isso que a influência indígena é tão forte na Umbanda, com seus Caboclos, entidades representantes destes índios que aqui estavam quando os colonizadores chegaram.
Existem diversas folhas com diversas finalidades e combinações, nomes e considerações dos nomes, fato que muito impressiona a quem as manipulam dentro de Axé.
 Temos que ter muita consciência de como usá-las para que não sejamos pegos de surpresa por energias que são invocadas quando a maceramos, quando colocamos o sumo da Erva em contato com nosso corpo,
quando a colhemos.
 Porém folha é para trazer energias boas e positivadas, tirar energias ruins e maléficas em muitos casos, trazer resposta de algo se é necessário para o individuo que a usa.
As plantas são usadas para lavar e sacralizar os objetos rituais, para purificar a cabeça e o corpo dos sacerdotes nas etapas iniciáticas, para curar as doenças e afastar males de todas as origens.
 Mas a folha ritual não é simplesmente a que está na natureza, mas aquela que sofre o poder transformador operado pela intervenção de Ossãe, cujas rezas e encantamentos proferidos pelo devoto propiciam a liberação do axé nelas contido.
 Há algumas décadas a floresta fazia parte do cenário e as folhas estavam todas disponíveis para colheita e sacralização. 
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Com a urbanização, o mato rareou nas cidades, obrigando os devotos a manter pequenos jardins e hortas
para o cultivo das ervas sagradas ou então se deslocar para sítios afastados, onde as plantas podem crescer livremente. 
Com o passar do tempo, novas especializações foram surgindo no âmbito da religião e hoje as plantas rituais podem ser adquiridas em feiras comuns de abastecimento e nos estabelecimentos que comercializam material de culto. 
Exemplo maior, no Mercadão de Madureira, no subúrbio do Rio de Janeiro, pródigo na oferta de objetos rituais, vestimentas e ingredientes para o culto dos orixás, mais de vinte estabelecimentos vendem, exclusivamente, toda e qualquer folha necessária aos ritos.
 Bem longe da natureza.
O elemento vegetal é muito importante para a manutenção e equilíbrio dos seres vivos. 
Através de processos variados os vegetais retiram o Prana da natureza, seja através do Sol, da Lua, dos planetas, da terra, da água, etc. 
São, portanto, grandes reservas de éter vital e que através dos tempos, o ser humano, descobriu estas propriedades.
 Usamos os vegetais, desde a alimentação até a magia, sempre transformando a energia vital, através de processos e rituais.
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Os vegetais são diretamente influenciados pela natureza. 
A lua e o sol são os astros que muito influenciam a absorção do Prana e devemos conhecer
estas influências.
Dentre as quatro fases lunares, que tem duração de sete dias cada, temos duas fases que chamamos de
quinzena positiva, propícia para a colheita de ervas para rituais diversos na Umbanda (banhos, defumações, etc.) e nas outras duas temos a quinzena negativa, pois a
concentração de éter, nas folhas, frutos e flores, é muito baixa.
Os vegetais são de maneira geral, condensadores das energias solares e cósmicas. 
Há ervas que recebem influxos mais diretos de certos planetas ou luminares, sendo, portanto, ervas particulares desses planetas .
Os corpos celestes são a concretização de certas Linhas de Forças de um determinado Orixá, assim, por extensão, temos ervas de determinado Orixá.
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Lua Nova:
Esta fase lunar caracteriza-se pela “ausência” da lua.
É a primeira fase da quinzena positiva, pois o éter vital concentra-se na parte superior do vegetal, isto é, nas
folhas, frutos, flores e caules superiores.
 Assim, é uma das fases propícias para a colheita de elementos vegetais.
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Lua Crescente:
É a fase complementar, ou segunda fase da quinzena positiva. 
O éter vital, ou corrente Prânica, ainda está nas folhas, flores e frutos. 
Está se dirigindo das extremidades das plantas para o seu centro.
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Lua Cheia:
É a fase que está na quinzena negativa, não sendo o melhor ciclo para a colheita de ervas, para efeitos
ritualísticos, pois o Prana ou éter vital está no caule principal e dirige-se às raízes, para completar o ciclo.
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Lua Minguante:
Nesta fase lunar, o Prana concentra-se na raiz, vitalizando-a, permitindo que ela extraia os nutrientes
necessários do solo.
Não é uma fase propícia para a colheita de ervas, pois está na quinzena negativa.
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COLETA:
Se for possível coletar pessoalmente as ervas, o melhor horário será logo ao amanhecer.
Pede-se licença ao Orixá Ossãe e Oxossi, pois esses são, respectivamente, os Orixás das plantas e ervas medicinais e ritualísticas e o Senhor das matas e florestas em geral.
É importante, que no instante em que forem retirar as ervas, mentalizem e peçam para que, na finalidade desejada, possam usufruir todas as energias, que estão contidas nestes vegetais.
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O BANHO DE ERVAS:
O banho de ervas, até como tratamento, não é de religião alguma, é da própria natureza.
Se na Umbanda o utilizam, é porque os próprios espíritos desencarnados que se apresentam como pretos-velhos, caboclos, crianças etc., conhecem esses princípios e os utilizam largamente. 
Seus princípios iniciáticos estão relacionados a eles, mas não pode ser esse o motivo da não utilização correta e digna da energia vegetal também pelos espíritas.
As ervas detêm grande quantidade de Axé (Energia mágico-universal, sagrada) quem bem combinadas entre si, detém forte poder de limpeza da aura e produzem energia positiva.
Um banho, com o Axé das ervas dos Orixás, age sobre a aura eliminando energias
negativas, produzindo energias positivas.
Um banho de ervas reúne as ervas adequadas a cada caso, agindo diretamente sobre esses distúrbios, eliminando os sintomas provocados pelo acúmulo de energias negativas.
Medicinas como a Ayurvédica (hindu), a chinesa, a tibetana, o xamanismo, a medicina alopática e a homeopatia fazem uso desses recursos naturais há tempos.
 O uso correto e ético opera verdadeiros "milagres da natureza".
Podemos usar a energia da natureza como auxílio no tratamento de depressões, insônia, ansiedade, angústia e uma série de doenças crônicas.
Com bom senso e é claro, com o acompanhamento médico necessário, tratando o espírito e o corpo (já que as doenças se propagam do perispírito para o corpo físico), nós todos podemos crescer como médiuns e espíritos mais conscientes, e por isso mesmo, mais abertos e livres.
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Créditos do Texto:
Sociedade Espiritualista Mata Virgem
Curso de Umbanda
ERVAS
Créditos das imagens:
Google
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