sexta-feira, 8 de abril de 2011

Omolu e seus Desdobramentos

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Omulu
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Eis que apresento agora um dos Orixás mais mal entendido, compreendido e interpretado dentro da Umbanda, chegando ao ponto de haver sido simplesmente excluído por alguns autores de livros sobre Umbanda. 
O Orixá Omulu.
Existe grande confusão com relação a magnitude deste Orixá onde alguns chegam a confundi-lo com Exu. Isto se deve a capacidade de manipulação magística e transformadora de Omulu, da qual Exu é apenas executor. 
Além do mais Omulu é Orixá e Exu não é.
Se nenhum outro Orixá existisse, o Orixá Omulu (terra) existiria e o tipo de vida que encontraríamos qual seria? 
Com isso quero dizer que nenhum Orixá é “auto-suficiente” ou se basta, mas as suas combinações e dinamismo é que nos permitem conhecer a vida como a conhecemos.
É como um grande plano de Deus, que em sua generosidade infinita nos deu a base e as condições para que evoluíssemos e crescêssemos.
De nada adianta a base se não temos as condições e o inverso também é verdadeiro.
Por isso é tão importante que não “desprezemos” nenhum Orixá em nosso culto às forças da natureza.
Sendo a própria terra, onde caminhamos e nos sustentamos, e sendo a terra geradora permanente de vida, encontramos nela a primeira grande magia de Omulu, que é a famosa força da gravidade, que atrai tudo para si, assim como também, as diversas forças dos demais Orixás formando novas conjugações como as já citadas e que citarei ainda.
Os desdobramentos do Orixá Omulu se dão dentro dele mesmo. 
Observando-se a natureza, vemos isso nos diferentes tipos de solo, que gerarão diferentes combinações de Enviados de Orixás (linhas e sub-linhas de trabalho) em função disto. 
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Um dos desdobramentos mais conhecidos de
Omulu é o Orixá Obaluaê e outro são os famosos e queridos Pretos Velhos.
Por seu tipo de energia atrair tudo para si, e sugar as energias negativas transformando-as em positivas, transmutando e transformando tudo que nela (terra) toca e entra é por isso que Ele não “vai” a outros Orixás, mas os outros é que “vem” a Ele.
Por tudo isso é que afirmo que confundir o Orixá Omulu com Exu é no mínimo incoerente, entretanto compreensível, pois para entender Sua Magnitude é preciso exercício mental, e isto poucos estão dispostos a fazer.
Sendo o Orixá que permanece no limite entre vida e morte, também foi associado a saúde e doença. 
Dentro de uma coerência e lógica, você acha realmente que Deus teria enviado um raio a terra cuja função fosse nos trazer doenças? 
A sua associação a saúde está justamente em função de ser da terra que brotam as ervas curadoras, mas estas são de Oxoce. 
Bênçãos de Omulu, sem dúvida, mas pertencem a Oxoce, este sim o Orixá da Cura, da Saúde.
Por outro lado a função de Omulu junto a área da saúde também se justifica pelo fato de ser ele o absorvedor e transformador de todas as energias negativas geradas e atraídas por qualquer doença em energia curadora, utilizada e manipulada por Oxoce.
Ele é o Senhor da Terra, Mestre da Magia. 
Energia emanada por Zambi, O Criador para destruir os malefícios gerados pelas doenças ou por qualquer tipo de magia e/ou enfeitiçamento.
É Orixá de transformação energética mágica, de toda energia produzida de forma natural ou artificial, ou seja, transformador da energia natural (toda energia que seja emanada da natureza ou do nosso próprio pensamento) e da artificial que é a fabricada através das oferendas. 
Ele transforma tudo e descarrega para a terra, que transforma e transmuta em energia positiva devolvendo para o astral de forma limpa.
É o único Orixá que trabalha em todas as sessões (giras) mesmo que não tenha sido evocado. 
Por exemplo, Oxoce descarrega até um certo nível, a partir daí o Senhor da Terra entra em ação, mesmo que não tenha sido invocado. 
O que reforça a importância da necessidade de nos harmonizarmos com todos os Orixás, pois eles trabalham, atuam e interagem em absoluta e total harmonia o tempo todo.
Orixá da transição para a vida astral. 
Senhor dos segredos da vida e da morte.
 Mestre das Almas.
Em função de sua característica básica ser de nos trazer a consciência cármica, e ser o Orixá do tempo e da lentidão, o Orixá Omulu foi associado ao planeta Saturno, que rege o sábado, e por extensão é o dia em que cultuamos Omulu na Umbanda.
Por ter como elemento a terra e ponto de fixação o Cemitério (Calunga pequena), infelizmente é confundido por muitos com Exu, entretanto trata-se de Orixá de grande luz o qual devemos respeitar profundamente como a todos os outros Orixás.
 Se Exu é o grande manipulador das forças de magia, o Senhor Omulu é o Mestre.
Sincretizado com São Lázaro, chamado o médico dos pobres, tem o seu dia comemorado em 17 de dezembro.
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O dia da semana dedicado a Omulu é o sábado, pois foi associado ao planeta *Saturno* (planeta do tempo, das coisas contidas), que rege este dia.
Saudação: Atotô! = Silêncio! O senhor está na terra!
As suas cores são o preto e o branco em proporções iguais.
Quando desencarnamos tem sempre um enviado de Omulu ao nosso lado, pois este Orixá está intimamente ligado ao Karma, lembrando-nos sempre que não adianta ficar rezando e pedindo perdão, mas que temos que agir efetivamente para resgatarmos o nosso karma e a forma de fazermos isso é praticando a Caridade. É o Orixá que nos dá a consciência de karma.
Omulu não tem Orixá de equilíbrio ou Orixá par ou complementar. 
Ele já tem seu próprio equilíbrio. 
Ele é a terra, a base de tudo. 
É o Orixá da sustentação e da origem. 
Ele é o Orixá da terra que entendo como sendo permanente fonte geradora de vida.
Características básicas dos regidos por Omulu: são geralmente pessoas fechadas, que passam por grandes transformações na vida, normalmente ligadas a perdas. 
São protegidos contra qualquer tipo de magia, principalmente se executam um trabalho de caridade e se estão preocupadas com resgate kármico. 
A mediunidade é aguçada desde muito jovem. 
Geralmente possuem uma espécie de necessidade quase que visceral de praticar a caridade.
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*A palavra chave para o planeta Saturno é concretização. 
É o planeta dos anéis. 
Os anéis de Saturno delimitam, estabelecem fronteiras. 
As fronteiras nos avisam que há um tempo para tudo, nos atam a uma forma, nos contêm, não nos deixam sair.
 Ele nos trás o silêncio e a concentração. 
(do livro Calendário Cósmico de Stellrius – editora Nova Era).
Saturno é a realidade, mas às vezes pensamos que a realidade é a verdade. 
Realidade é estrutura e limitação, e precisa-se de algo que defina a nossa situação, uma organização que nos dê apoio. 
Amadurecer e aceitar as responsabilidades, saber claramente quem somos e de que somos capazes, comprometer-se. 
Exige obediência e disciplina, podendo ser rígido e sem misericórdia.
 É o pai ditando ordens; a normalidade das pessoas e situações, ser estável. 
(do livro Conhecimento da Astrologia – Manual Completo de Anna Maria Costa Ribeiro)
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Do Livro: Umbanda, Mitos e Realidade 
Autor MÃE IASSAN AYPORÊ PERY

2 comentários:

  1. Nossa, eu nunca li algo tão lindo sobre esse orixá maravilhoso!! Admirei essas palavras! Salve seu Omulu, Atotô meu pai!

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  2. Você nao falou o por que das feridas no corpo das pessoas na época de Omulu... Pode falar algo sobre?

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