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Quem pode estudar a Cabala?
Quando perguntaram ao Rav Kook- Cabalista do século XX e Rabino em Israel quem poderia estudar Cabala, sua resposta foi inequívoca: "Qualquer um que queira", porém, no judaísmo ortodoxo, é permitido o estudo da Cabala apenas aos homens, maiores de quarenta anos de idade, casado e com uma vida "devota" à Torah.
De acordo com alguns Cabalistas, os dias em que a Cabala era um segredo acabaram.
A sabedoria da Cabala manteve-se oculta no passado porque os Cabalistas temiam que ela fosse mal aplicada e mal entendida.
E realmente o pouco que escapou gerou muitos mal-entendidos.
Porque os Cabalistas dizem que a nossa geração está pronta para entender o real significado da Cabala, e para acabar com os mal-entendidos, esta ciência está agora sendo revelada para todos que desejam aprender.
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A Kabbalah é judaica?
A Kabbalah nasceu no seio do judaísmo rabínico (sendo desconhecida por outras vertentes israelíticas, como o judaísmo caraíta), mas existiram muitos estudiosos não judeus, tais como os cristãos Knorr-von-Rosenroth, Pico Della Mirandola e Sir Isaac Newton.
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Principais textos cabalistas
A ciência da Cabala é única na maneira que fala sobre você e eu, sobre todos nós.
Ele não trata de algo abstrato, apenas com a forma como são criados e como nós funcionamos em níveis mais elevados de existência.
O primeiro livro na Cabala a ser escrito, existente ainda hoje, é o Sefer Yetzirah ("Livro da criação"), escrito por Abraão, o pai das chamadas religiões abraâmicas, ou "religiões do livro", que são as três grandes religiões monoteístas: judaísmo, cristianismo e islamismo.
Os primeiros comentários sobre este pequeno livro foram escritos durante o século X, e o texto em si é citado desde o século VI.
Sua origem histórica não é clara.
Como muitos textos místicos Judeus, o Sefer Yetzirah foi escrito de uma maneira que pode parecer insignificante para aqueles que o leem sem um conhecimento maior sobre o Tanakh (Bíblia Judaica ,equivalente ao Antigo Testamento) e o Midrash.
Outra obra muito importante dentro da cabala é o Bahir ("iluminação"), também conhecido como "O Midrash do Rabino Nehuniah ben haKana".
Com aproximadamente 12.000 palavras.
Publicado pela primeira vez em 1176 em Provença, muitos judeus ortodoxos acreditam que o autor foi o Rabino Nehuniah ben haKana, um sábio Talmúdico do século I.
Historiadores mostraram que o livro aparentemente foi escrito não muito antes de ter sido publicado.
O trabalho mais importante da cabala é o Zohar (זהר "Esplendor").
Trata-se de um comentário esotérico e místico sobre o Torah(Referente ao Pentateuco do Antigo Testamento), escrito em aramaico.
A tradição ortodoxa judaica afirma que foi escrito pelo Rabino Shimon ben Yohai durante o século II.
No século XII, um judeu espanhol chamado Moshe de Leon declarou ter descoberto o texto do Zohar, o texto foi então publicado e distribuído por todo o mundo judeu.
Gerschom Scholem, que foi um célebre historiador e estudante da Cabala, mostrou que o próprio de Leon teria sido o autor do Zohar:
Entre suas provas, uma é que o texto utiliza a gramática e estruturas frasais da língua espanhola do século XII; outra é que o autor não tinha um conhecimento exato de Israel.
O Zohar contém e elabora sobre muito do material encontrado no Sefer Yetzirah e no Sefer Bahir, e sem dúvida é a obra cabalística por excelência.
Após o Zohar, temos os escritos de Ari, um renomado cabalista do século XVI. O século XX, por sua vez, viu o surgimento dos trabalhos do cabalista Yehuda Ashlag.
Os textos do Ashlag são os mais adequados para a nossa geração.
Eles, assim como outras fontes cabalísticas, descrevem a estrutura dos mundos superiores, como ela descende e como o nosso universo, com tudo o que possui, veio a existir.
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Cabala no Cristianismo e na sociedade não Judaica
O termo "Cabala" veio a ser usado até meados do século XI, e naquele tempo referia-se à escola de pensamento (Judaica) relacionada ao misticismo esotérico.
Desde esses tempos, trabalhos Cabalísticos ganharam uma audiência maior fora da comunidade Judaica. Assim versões Cristãs da Cabala começaram a desenvolver-se; no início do século XVIII a cabala passou a ter um amplo uso por filósofos herméticos, neo-pagãos e outros novos grupos religiosos.
Hoje esta palavra pode ser usada para descrever muitas escolas Judaicas, Cristãs ou neo-pagãs de misticismo esotérico.
Leve-se em conta que cada grupo destes tem diferentes conjuntos de livros que eles mantem como parte de sua tradição e rejeitam as interpretações de cada um dos outros grupos.
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Ensinamentos cabalísticos sobre a alma humana
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O Zohar propõe que a alma humana possui três elementos, o nefesh, ru'ach, e neshamah.
O nefesh é encontrado em todos os humanos e entra no corpo físico durante o nascimento.
É a fonte da natureza física e psicológica do indivíduo.
As próximas duas partes da alma não são implantadas durante o nascimento, mas são criadas lentamente com o passar do tempo; Seu desenvolvimento depende das ações e crenças do indivíduo.
É dito que elas só existem por completo em pessoas espiritualmente despertas.
Uma forma comum de explicar as três partes da alma é como mostrado a seguir:
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Nefesh - A parte inferior ou animal da alma.
Está associada aos instintos e desejos corporais.
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Ruach - A alma mediana, o espírito.
Ela contém as virtudes morais e a habilidade de distinguir o bem e o mal.
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Neshamah - A alma superior, ou super-alma.
Essa separa o homem de todas as outras formas de vida.
Está relacionada ao intelecto, e permite ao homem aproveitar e se beneficiar da pós-vida.
Essa parte da alma é fornecida tanto para judeus quanto para não-judeus no nascimento.
Ela permite ao indivíduo ter alguma consciência da existência e presença de Deus.
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A Raaya Meheimna, uma adição posterior ao Zohar por um autor desconhecido, sugere que haja mais duas partes da alma, a chayyah e a yehidah.
Gershom Scholem escreve que essas "eram consideradas como representantes dos níveis mais elevados de percepção intuitiva, e estar ao alcance somente de alguns poucos escolhidos".
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Chayyah - A parte da alma que permite ao homem a percepção da divina força.
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Yehidah - O mais alto nível da alma, pelo qual o homem pode atingir a união máxima com Deus.
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