segunda-feira, 17 de junho de 2013

Obsessão

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Obsessão, segundo o espiritismo, seria a interferência prejudicial exercida por um espírito sobre outro, sejam eles "encarnados" (i.e. homens vivos) ou "desencarnados" (i.e. pessoas falecidas).
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Influência dos espíritos
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A respeito da influência que os espíritos exerceriam sobre as pessoas, O Livro dos Médiuns, do escritor Allan Kardec, dedica um capítulo inteiro ao assunto.
Segundo a crença espírita, aquele que sofre a influência de seres espirituais seria, por definição, um médium.
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Graus de obsessão
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No que tange aos tipos possíveis de obsessão, a doutrina espírita apresenta uma classificação em três graus de intensidade crescente, a saber:
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- A obsessão simples, que ocorre quando um espírito ou vários influenciam a mente de um médium com suas ideias, mas de maneira tal que o médium consciente percebe. 
A obsessão simples perturba, podendo causar constrangimento quando o médium inexperiente exprime de forma desavisada pensamentos que não são seus e somente se dá conta disso depois. 
No entanto, ele, médium, permanece senhor de si mesmo e reconhece quando fala ou age sob influência, sendo a ele possível, com estudo, aprender a controlar-se.
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- A fascinação é uma ação direta e constante do pensamento de um espírito sobre a mente do médium paralisando-lhe o raciocínio de tal modo que este aceita tudo que lhe é passado pelo espírito como a mais pura verdade, reproduzindo, desde informações simplórias aos mais completos disparates, como se fosse tudo fruto da mais profunda sabedoria. 
O espírito que se dedica à fascinação de um médium é ardiloso pois, primeiro, ele tem que ganhar a confiança irrestrita do médium para aos poucos ir dominando seu raciocínio.
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- A subjugação é uma influência tão forte sobre a mente do médium que este não mais raciocina nem age por si mesmo, agindo como marionete do espírito ou dos espíritos que o influenciam.
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A obsessão simples tanto pode ser resultado da ação de espíritos voltados para o mal que querem prejudicar o médium por sentir prazer nisso, como de espíritos que identificaram no médium alguém que lhes prejudicou ou agrediu física ou moralmente em outra existência e, não tendo evoluído a ponto de perdoá-lo, dele buscam vingança. 
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A fascinação tanto pode ser uma ação dirigida contra o médium, para fazê-lo parecer ridículo e, assim, humilhá-lo, como uma ação dirigida a um grupo ou a toda uma comunidade visando criar um movimento de oposição a outros voltados ao bem e à busca da verdade. 
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Os casos de subjugação, finalmente, são os mais complexos, pois se trata sempre da ação de espíritos que têm profundo ódio pelo médium, tudo fazendo para lhe arruinar a existência.
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De obsessão simples a subjugação
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Analisando-se o caso de Anneliese Michel, supõe-se que ela começou a sofrer de obsessão aos 16 anos. 
O fato de ela alegar desde o começo que estava sob influência de supostos espíritos, de vê-los e querer se ver livre deles revela sob a ótica da fé, que ela estivesse, inicialmente, sob o efeito de uma obsessão simples. Infelizmente, a época, não seria possível um diagnóstico adequado e tratamento para causas psiquiátricas, de modo que a possibilidade de obsessão é mera especulação nesse caso.
No entanto, sem que tratamento algum lograsse sucesso, os crentes supunham se tratar da investida de espíritos, que aos poucos teriam conseguindo ter controle sobre sua mente e sobre seu corpo, o que caracterizaria sob o ângulo da fé espírita, um caso de subjugação, conforme se lê no artigo sobre a jovem:
Ela insultava, espancava e mordia os outros membros da família, além de dormir sempre no chão e se alimentar com moscas e aranhas, chegando a beber da própria urina. 
Anneliese podia ser ouvida gritando por horas em sua casa, enquanto quebrava crucifixos, destruía imagens de Jesus Cristo e lançava rosários para longe de si. 
Ela também cometia atos de auto-mutilação, tirava suas roupas e urinava pela casa com freqüência.
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Tratamento
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Na visão espírita, nem toda perturbação emocional tem origem espiritual, sendo sempre importante a averiguação médica das origens da mesma. 
Identificando-se, porém, uma ocorrência de obsessão, recomenda-se o tratamento de suas causas, ao mesmo tempo em que o tratamento médico lhe trata os efeitos. 
Como o Espiritismo vê, na obsessão e na subjugação, a ação de espíritos desencarnados que odeiam o médium e querem se vingar dele , aos quais chama de obsessores, ele preconiza o esclarecimento dos mesmos à luz da Lei de Causa e Efeito ao mesmo tempo em que enseja ao médium e àqueles que se preocupam com ele uma ação efetiva em busca do auto-aprimoramento, baseada no estudo da Doutrina Espírita e na dedicação à caridade.
 O tratamento da obsessão, chamado de desobsessão, é sempre feito em um Centro Espírita. 
Nele se utiliza a Lei de Causa e Efeito na tentativa de mostrar aos obsessores que aquele por quem eles nutrem ódio hoje, em função de lhes ter feito mal em existência passada, teria, em existência ainda mais remota, sido a vítima cujos agressores teriam sido eles, ocasião em que teriam plantando a semente do mal que mais tarde os viria a afligir. 
Quebrar o círculo vicioso do ódio entre obsessor e obsediado é tarefa que requer do esclarecedor espírita, paciência, perseverança e conhecimento dos mecanismos da vida.
 A desobsessão espírita é baseada no amor, pois procura ver a todos, obsessores e obsidiados, como irmãos e irmãs queridos necessitando de esclarecimento.
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Obsessão e missão
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É interessante o relato de que Anneliese teria tido um sonho com Maria, mãe de Jesus, em que esta ter-lhe-ía oferecido duas opções, a de se ver livre dos espíritos que a atormentavam ou a de continuar sendo atormentada por eles para que as pessoas soubessem da ação do mal e que Anneliese teria escolhido a segunda opção.
 À luz do entendimento espírita, o encontro de Anneliese em sonho com uma entidade luminosa que foi percebida por ela como sendo Maria, mãe de Jesus, pode ter sido um encontro com o Espírito guia de Anneliese e a proposta que ela relatou ter-lhe sido feita pode indicar que tudo o que ela sofreu fez parte de sua programação de vida para aquela existência. 
Nesse caso, a existência sofrida de Anneliese Michel em uma sociedade desinteressada pelas questões espirituais assumiria um novo e mais amplo significado, o que, tivesse ela vivido no Brasil, não seria o caso. Caso essa hipótese fosse comprovada, teríamos um caso raro de obsessão consentida durante a programação da existência, isto é, uma missão de vida.
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Fonte de Pesquisa:

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